Número de participantes em OICVM e FIMA cai em 2016

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@Doug88888, Flickr, Creative Commons

Entre outras conclusões, o relatório publicado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (Relatório anual sobre a atividade da CMVM e sobre os mercados de valores mobiliários) dá conta de uma redução no valor global da carteira tanto dos Organismos de Investimento Coletivo em Valores Mobiliários, como nos Fundos Alternativos, fixando-se nos 11,1 mil milhões no final de 2016. Não obstante, esta queda homóloga foi mais significativa nos Fundos Alternativos (-21,6%), enquanto que nos OICVM se registou uma redução homóloga de apenas 2,4%, cuja redução “ocorreu nos fundos do mercado monetário e de obrigações”, pode ler-se no relatório.

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Do lado dos fundos que registaram um aumento do valor sob gestão, os fundos de poupança reforma registaram o maior crescimento, terminando o ano de 2016 com 149 milhões de euros de subscrições líquidas.

Liquidez e obrigações de dívida privada representam 40% do valor sob gestão dos OICVM e FIMA

No que diz respeito à composição da carteira dos veículos de investimento, nas rubricas liquidez e obrigações de dívida privada registou-se uma queda de 17% e de 6%, respetivamente. Por outro lado, a rubrica outros instrumentos de dívida fechou o ano de 2016 com um crescimento de 36%. Registou-se, ainda, uma redução no que diz respeito ao investimento em ações e em fundos de ações, em particular nacionais.

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Do lado dos emitentes de obrigações, a entidade revela que o valor investido em dívida emitida por empresas portuguesas, italianas e irlandesas diminuiu, enquanto que se verificou o oposto nos títulos de dívida emitidos por empresas norte-americanas, alemãs, britânicas, francesas e holandesas. Esta situação “poderá refletir uma procura de refúgio em ativos mais seguros face ao abrandamento económico da economia europeia e ao maior crescimento da economia norte-americana” aliada a “uma maior percepção de risco por parte dos gestores dos fundos, em especial no que se refere às debilidades dos sistemas financeiros dos países alvo de programas de assistência ao sector bancário”, pode ler-se na publicação.

Relativamente aos títulos de dívida soberanos, registou-se um aumento do investimento nesta categoria de ativos (em particular de dívida nacional e francesa), aumentando a sua representação nas carteiras dos fundos. Por outro lado, a redução do investimento em dívida alemã poderá ser justificado pelo “aumento da procura por ativos soberanos com yields mais elevadas”, conclui a entidade.

A publicação revela, ainda, que o ano de 2016 fechou com uma queda na rubrica liquidez. Esta redução estará relacionada com os depósitos a prazo nos fundos do mercado monetário e nos FIMA, cujo afluxo de resgates líquidos se fixou nos 396 milhões de euros, condicionando “as decisões de investimento dos gestores dos fundos, que redirecionaram as aplicações em liquidez para depósitos à ordem até identificarem melhores oportunidades de investimento”, destaca a entidade.

Número de participantes em OICVM e FIMA em queda

Em 2016, o número total de participantes desceu para os 883,6 mil, embora a queda tenha sido mais acentuada nos FIMA. Por outro lado, apesar da queda generalizada, as categorias outros fundos de investimento e fundos de poupança foram as únicas que registaram entradas líquidas de participantes.

Relativamente à média de unidades de participação por cada participante, o ano fechou com 11,4 mil euros do lado dos OICVM e 29,2 mil euros nos FIMA.

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