O Grupo Generali apresentou o plano trienal Lifetime Partner 27: Driving Excellence. Durante a apresentação, foi discutido o recente acordo entre a Generali e o BPCE para criar uma sociedade controlada conjuntamente entre a Generali Investments e a Natixis IM.
Um plano ambicioso, como esperado, que considera a gestão de ativos uma das peças-chave para o desenvolvimento nos próximos anos. No novo plano estratégico trienal, Lifetime Partner 27: Driving Excellence, apresentado à imprensa em Veneza no passado dia 30 de janeiro, o Grupo Generali, além de definir os seus objetivos para 2027, sublinha o papel central da divisão dedicada à gestão de ativos sob a égide da Generali Investments. “Um dos dez primeiros operadores europeus”, assinala o comunicado divulgado pelo grupo, “com atividade em mais de 20 países e uma sólida presença em áreas de crescimento”. A Generali pretende, em particular, “aumentar e diversificar as suas competências de investimento, concentrando-se nos mercados privados e nos ativos reais”, bem como melhorar “a sua capacidade de distribuição e serviço ao cliente, reforçando a sua presença nos mercados principais”.
Neste contexto, foi também destacado o acordo assinado entre a Generali e o grupo francês BPCE, para criar uma sociedade paritária co-controlada entre as suas respetivas atividades de gestão de património, Generali Investments Holding e Natixis Investment Managers. Para o grupo é uma oportunidade única e transformadora para acelerar o percurso estratégico do negócio. “A combinação da nossa liderança no setor Não Vida e Vida com a nossa plataforma global de asset management (que poderá ser ainda mais reforçada pela nossa proposta de partnership com o BPCE), representa um poderoso fator diferenciador que pode criar um valor significativo”, afirmou Philippe Donnet, CEO do Grupo Generali, que salientou a oportunidade única para a Generali e confirmou a possível conclusão da operação no início de 2026.
Sem comentários sobre a operação MPS-Mediobanca
E embora o CEO tenha mantido a mais restrita reserva sobre a OPS (Operação pública de subscrição) que a Banca MPS lançou ao Mediobanca , que envolve a Generali em termos de participação acionista (“hoje estamos aqui para falar do plano. O plano foi aprovado pelo conselho. Não comentamos sobre o que está a acontecer”, respondeu Philippe Donnet aos jornalistas), o acordo com o BPCE foi largamente discutido à luz da comparação com a operação anterior que envolveu a Unicredit na cessão da Pioneer Investiments ao grupo francês Amundi em 2018 e a mais recente cessão da AXA IM ao BNP Paribas. Philippe Donnet insistiu que a Generali não abandonará o controlo dos investimentos, “a alocação de ativos é decidida pelo Conselho de Administração da Generali”, afirmou.
Nesta ótica pode também entrar a preocupação do governo italiano, que pediu, segundo informa a Reuters citando fontes próximas da operação, garantias adicionais de que a Generali manterá o pleno controlo da alocação das poupanças recolhidas no país.
Um plano ambicioso
“A Generali alcançou e superou com sucesso os objetivos financeiros do nosso plano Lifetime Partner 24: Driving Growth, apesar de um contexto complexo a nível global”, sublinhou o CEO do Grupo. “Agora pretendemos acelerar a busca da excelência com o objetivo de impulsionar um maior crescimento dos lucros e da geração de caixa, visando um crescimento de dois dígitos dos dividendos por ação, conduzindo, de acordo com o plano, a mais de sete mil milhões de euros em dividendos acumulados, a que se junta o compromisso de pelo menos 1.500 milhões de euros em recompra de ações próprias, incluindo o plano de recompra de 500 milhões de euros que apresentamos hoje e que terá início em 2025”.
“Graças ao seu plano Lifetime Partner 27: Driving Excellence”, afirmou Philippe Donnet, "reforçaremos ainda mais a excelência das nossas relações com os clientes, do modelo operacional do nosso grupo e das nossas competências essenciais. Investiremos em IA, em novas tecnologias e na formação dos nossos colaboradores para aproveitarmos as oportunidades decorrentes das tendências emergentes, da evolução das expetativas dos clientes e de um contexto de mercado em rápida evolução".