“O contexto atual dos mercados emergentes apenas é positivo a curto prazo”

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siebenundsiebzig, flickr, Creative Commons

A decisão da FED de não prosseguir o “tapering” trouxe mais alguma incerteza aos mercados de dívida pública, enquanto que outros têm impulsionado o crescimento com as ações. Na ING Investment Management, consideram que isso também é positivo para os mercados emergentes onde “podemos ver um aumento da divergência. A China e as economias asiáticas mais viradas para a produção, como é o caso da Coreia da Sul e de Taiwan, estão a recuperar, enquanto que outras economias com uma procura interna forte nos anos dourados estão em recessão”.

No entanto, a entidade enfatiza, que o contexto atual apenas é positivo a curto prazo.

Os dados dos mercados emergentes têm mostrado melhorias. Desde o final de agosto, que os dados económicos têm beneficiado muitas as divisas emergentes , como é o caso dos rendimentos das obrigações americanas que têm continuado a aumentar. Na ING IM asseguram que têm visto saídas importantes de obrigações emergentes em moeda local, apesar dos níveis de cash em fundos de dívida emergentes tenham aumento para 9%. “Portanto, a curto prazo, podemos esperar algum potencial de crescimento por parte das divisas emergentes, ainda que seja por razões tácticas e não estratégicas”.

A entidade afirma que a longo prazo as divisas emergentes continuam em perigo devido à combinação entre os fundamentais dos mercados emergentes e a constante preocupação em torno da liquidez. "A pressão naqueles países com crescimento deficiente, problemas estruturais e necessidades de financiamento significativos, parece que está a voltar", afirmam os especialistas.

Para o ING IM, para que os mercados emergentes comecem um crescimento sustentável, é necessário que façam, também, reformas estruturais credíveis. “Os políticos terão de lidar com um clima de investimento mais débil, uma competitividade reduzida, maiores ajustes macroeconómicos e um crescimento da vulnerabilidade do sistema bancário”, explicam.

Por outro lado, a entidade assinala que o maior rendimento das obrigações americanas continua a ser um risco para as divisas emergentes. Segundo explicam os gestores da entidade, as divisas emergentes continuam próximas das expectativas da FED no que diz respeito aos tipos de financiamento. “Esperamos que os mercados continuam focados nos países com dificuldades de financiamento do défice por conta corrente”.