O dinheiro foi para que gestoras em 2018?

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O ano de 2018 foi um ano muito difícil para a indústria de fundos europeia. O setor registou saídas de dinheiro que – segundo dados da Refinitiv, antiga Lipper Thomson Reuters – rondaram os 130.000 milhões de euros, o maior nível desde a crise financeiro de 2008. Foi um contexto de mercado complicado, no qual a grande maioria das classes de ativo registaram rentabilidades negativas. Na verdade, embora os reembolsos fossem grandes, o maior dano para o setor foi feito pelo efeito mercado, onde a desvalorização dos ativos derivou de uma redução patrimonial de 417.000 milhões de euros. Ambos os fenómenos somados fizeram com que o património gerido pela indústria europeia reduzisse o ano passado em quase 550.000 milhões de euros, ao passar dos 10,4 biliões para os 9,9 biliões de euros (fonte dos gráficos: Lipper Thomson Reuters).

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Contudo, num ano muito complicado para a indústria, houve entidades que conseguiram captar dinheiro na Europa. A que mais captou foi a BlackRock. A empresa americana viu-se muito beneficiada pelo interesse dos investidores em ETFs. Os fundos cotados voltaram a registar o mesmo fenómeno do que em 2008 (durante a crise financeira) e em 2011 (crise de dívida europeia). Naqueles anos, de saídas de dinheiro na indústria de gestão ativa, estes produtos captaram 53.000 e 16.700 milhões, respetivamente.

Em 2018, as entradas alcançaram os 42.000 milhões (27.500 foram para ETFs de ações e 14.600 para ETFs de obrigações). E foi a BlackRock que mais conseguiu aproveitar esta tendência, uma vez que dos 25.400 milhões capturados, 75% foram atraídos pela iShares. “Se não fosse pela plataforma de ETF, a BlackRock teria sido a décima primeira empresa em captações em 2018”, afirma Detlef Glow, diretor de Análises da Lipper para a EMEA.

 

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A BlackRock mantém-se folgadamente como a maior gestora em ativos na Europa, com um património que no final de 2018 alcançou os 735.000 milhões de euros, o dobro do volume relativamente à Amundi, que está imediatamente atrás de si (331.000 milhões). A J.P. Morgan AM, a UBS AM e a DWS ocupam os cinco primeiros lugares.

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Das cinco maiores entidades por volume gerido na Europa, apenas a BlackRock e a UBS AM conseguiram situar-se dentro do grupo das cinco que mais captações registaram no ano passado. A empresa suíça, quarta em ativos a nível europeu, foi depois da Aviva (18.400 milhões de entradas) a terceira que mais captações registou na Europa no ano passado, com 11.500 milhões. Conseguiu esta posição graças ao interesse que os seus produtos de obrigações receberam, estratégias com as quais captou 10.100 milhões, sendo a entidade que mais dinheiro atraiu nesta categoria.

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Líderes em captações em obrigações

Após a UBS AM, as entidades que mais sucesso comercializador tiveram com os seus fundos de obrigações foram a Vanguard (5.300 milhões de entradas nos seus ETFs e fundos indexados), a BlackRock (3.800 milhões), o Bank of America (3.000 milhões) e a Ashmore (2.900 milhões).

Líderes em captações em ações

Em ações, a que mais captações recebeu foi a BlackRock (8.200 milhões), seguida da Baillie Gifford (5.700 milhões), a Morgan Stanley IM (5.200 milhões), a Vanguard (4.200 milhões) e a State Street (3.900 milhões).

Líderes em captações em multiativos

No que diz respeito aos fundos multiativos, a empresa com mais sucesso em 2018 foi a Allianz Global Investors (12.300 milhões), seguidamente a Union Investment (5.600 milhões), a Eurizon Capital (5.000), a J.P. Morgan AM (3.700) e a Mercer (3.000).

Líderes em captações em gestão alternativa

Por último, em gestão alternativa, as gestoras que mais dinheiro atraíram no ano passado foram a H20 Asset Managemente (filial da Natixis IM), com 9.300 milhões, seguida da BlackRock (2.000 milhões), a Merian Global Investors (1.600), BlueBay (1.300) e Man (1.200).