Apesar do grande impacto da inteligência artificial generativa (GenAI), a maioria dos executivos continua a priorizar iniciativas de transformação quotidianas, como a gestão de dados, a cibersegurança, as plataformas na nuvem e o desenvolvimento do talento humano. Isto deve-se ao facto de a GenAI ser uma tecnologia emergente, com casos de utilização ainda em desenvolvimento, e de as empresas precisarem de contar com a infraestrutura tecnológica, os processos de gestão de riscos e o pessoal capacitado para aproveitá-la ao máximo.
Segundo o estudo de Transformação Digital e Tecnologia de Próxima Geração da Broadridge 2024, que inquiriu 500 executivos de topo a nível global, embora a maioria esteja entusiasmada com o investimento em GenAI, o seu foco principal continua a ser em tecnologias mais consolidadas, como a nuvem, a cibersegurança e a análise de dados, procurando um equilíbrio cuidadoso entre o investimento em tecnologias emergentes e as já estabelecidas.
As cinco tendências
A Broadridge considera que as tendências que definem o sucesso no contexto financeiro atual são:
- Impulso para a maturidade digital: as empresas estão a realizar investimentos constantes em plataformas de TI centrais e em tecnologias de próxima geração, o que está a gerar dividendos e a acelerar a transformação digital;
- Obsessão pelo cliente: as organizações estão a dar prioridade às necessidades do cliente e a utilizar a tecnologia para criar experiências digitais perfeitas e personalizadas;
- Aproveitamento da IA: está a ser feito um investimento específico na implementação e no escalar da IA, com um foco particular na IA generativa;
- Resiliência cibernética: há um foco crescente na segurança do perímetro digital, com as empresas a aumentar significativamente os seus investimentos em cibersegurança;
- Inovação impulsionada pelas pessoas: está-se a dar ênfase ao talento e à cultura, reconhecendo que o fator humano é fundamental para manter o impulso da transformação digital.
Embora a GenAI tenha despertado grande interesse no setor financeiro, as barreiras tecnológicas e práticas, como a modernização de sistemas herdados e o desafio de transformar protótipos em soluções viáveis, abrandaram os grandes investimentos. Apenas 4% das empresas está a investir fortemente em GenAI, enquanto 39% não tem feito nenhum investimento, refletindo a cautela do setor.
Um futuro promissor, mas desafiante
Embora a GenAI tenha monopolizado títulos recentemente, as empresas financeiras já aproveitam a inteligência artificial há vários anos. Mais de 95% das empresas inquiridas já investem em IA, focando-se principalmente em funções de atendimento ao cliente e em sistemas de gestão de dados, bem como na proteção contra riscos, fraudes e na segurança da informação.
No entanto, embora seja relativamente fácil começar a trabalhar com a GenAI, desenvolver soluções viáveis para os clientes é um desafio. Os protótipos podem ser criados em poucas semanas, mas conseguir um produto final pode demorar mais de um ano. Isto deve-se ao facto de, embora as instituições financeiras tenham acesso a dados valiosos, o desafio ser processá-los à velocidade necessária para alimentar os modelos e casos de utilização.
Nos próximos dois anos, a maioria dos inquiridos planeia manter ou aumentar os seus investimentos em tecnologias emergentes como IA, computação quântica, criptoativos e blockchain, com um crescimento notável em IA e blockchain. No entanto, só uma décima parte das empresas não líderes estão a aproveitar estas tecnologias em etapas avançadas, face a mais de um terço das líderes, o que indica um grande potencial de crescimento para todas as organizações.
Colmatar a lacuna de habilidades digitais
As empresas líderes estão a investir fortemente no desenvolvimento de habilidades digitais:
- 45% permite aos trabalhadores utilizarem ferramentas de IA generativa para o trabalho;
- 25% está a formar os trabalhadores na utilização de ferramentas de IA generativa;
- 46% tem um plano de reformação para ajudar os trabalhadores a gerirem o impacto da IA em geral.
O investimento em habilidades e a reformação são necessários para as empresas financeiras conseguirem aproveitar o potencial da GenAI.