O mercado de previdência privada deve adaptar-se a uma nova realidade

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V1ctor, Flickr, Creative Commons

 

Com a queda dos juros,  o mercado de previdência vai precisar alinhar os seus produtos à nova realidade de forma a obter retornos mais atractivos. Para atingir este objetivo, o sector deve diversificar seus investimentos, mesmo que isso implique uma maior volatilidade.
 
A indústria de previdência complementar acumula recursos de um bilião de reais. Cerca de 60% desse total é gerido por meio de fundos de investimentos e os restantes 40% são compostos por carteiras próprias. Complementar discutidas durante o 7º Congresso ANBIMA de Fundos de Investimento
 
Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar, 61% dos investimentos dos fundos de pensão estão na categoria de obrigações, o que já afecta a rendibilidade dos fundos.
 
Segundo Paulo Vianna, da divisão de Monitoramento de Activos da Susep (Superintendência Nacional de Seguros Privados), o cenário de juros mais baixos exige maior especialização e é importante procurar instrumentos com rendibilidades diferenciadas.  “Não podemos ser gestores apenas de títulos públicos”, afirma.
 
Outro tema importante para o mercado de previdência neste momento diz respeito à regulação. Segundo Luiz Sorge, director da ANBIMA e da BNP Paribas Asset Management, esta indústria precisa de passar por uma padronização, uniformizando as regras da previdência complementar fechada e aberta, em linha com os padrões globais.
 
Para Luciano Snel, vice-presidente da Icatu Seguros e da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), uma das conquistas recentes do sector foi a Resolução 4.176 do Conselho Monetário Nacional, editada em Janeiro, que acompanha um movimento natural do sector e atende à preocupação com o desempenho dos recursos aplicados.
 
A norma veio em sintonia com as solicitações do mercado, ao ampliar o prazo médio para a carteira de obrigações dos fundos de previdência complementar aberta, que inclui os planos do tipo Plano Gerador de Benefício Livre e Vida Gerador de Benefício Livre.
 
A indústria de previdência complementar acumula recursos de um bilião de reais. Cerca de 60% desse total é gerido por meio de fundos de investimentos e os restantes 40% são compostos por carteiras próprias.