A Intelligence Unit, parte da revista The Economist , e o CFA Institute associaram-se num estudo que tenta perceber a postura dos profissionais da área financeira relativamente aos valores e à ética.
Depois do “nascimento” oficial da CFA Society Portugal, a Funds People mostra-lhe agora as conclusões de um estudo recente levado a cabo pela The Economist Intelligence Unit em parceria precisamente com o CFA Institute.
Denominado de “A Crisis of culture: valuing ethics and knowledge in financial services”, o relatório pretende exatamente avaliar qual o papel desempenhado pela integridade e pelo conhecimento na recuperação da cultura na indústria dos serviços financeiros, e também na construção de um sector mais resiliente. Realizado a nível global, o estudo abrangeu 382 instituições financeiras, sendo que se dirigiu a departamentos distintos dessas mesmas entidades.
Ética sim, mas...
A conclusão principal do estudo é clara: ainda que os profissionais dos serviços financeiros na sua maioria reconheçam a importância de um comportamento ético na indústria, existe alguma diferença entre aquilo em que acreditam e o que é posto em prática.
Apesar de 91% dos inquiridos atribuírem a mesma importância ao comportamento ético e ao sucesso no sector, mais de metade (53%) acredita que a sua progressão de carreira sairia prejudicada se não fossem relativamente “flexíveis” no que diz respeito às normas éticas. A acreditar que a sua empresa poderia melhorar se a conduta ética dos funcionários também melhorasse estão apenas 37% dos entrevistados.
Separação de departamentos, separação de visões
Quando o assunto é o “conhecimento” na indústria, 97% dos inquiridos consideram-se bem qualificados para o cargo que ocupam, enquanto 62% admite que os seus colegas estão muito pouco informados sobre o que se passa nos departamentos que estão para além do seu, o que mostra, segundo o estudo, “uma cultura da “separação” que é universal na indústria, onde os departamentos atuam de forma unilateral em vez de verem o negócio como um todo”.
John Rogers, CFA, Presidente e CEO do CFA Institute, acredita que “estes resultados mostram que a indústria ainda tem um longo caminho a percorrer no que diz respeito às normas éticas e à adoção da educação profissional”. Ainda assim, o especialista é positivo e salienta que “também existem sinais de uma mudança de cultura, já que são reconhecidos os benefícios de normas éticas ao nível global”.