Cristina Carvalho, por sua vez, abordou o impacto da tecnologia e da IA de uma perspetiva mais direcionada para a relação com o cliente. Explicou que na Amundi, a aplicação da IA não se limita à otimização de processos internos, mas é dirigida, também, para melhorar a experiência do cliente, particularmente, num ambiente dinâmico. “A atuação da tecnologia é, geralmente, muito mais do que o conhecimento”, afirma, referindo que a transformação digital tem sido fundamental para melhorar o entendimento das necessidades dos clientes e oferecer soluções mais rápidas e precisas. “A capacidade de responder rapidamente às perguntas dos clientes sobre o desempenho de fundos e sobre a composição de carteiras tem sido crucial para melhorar a relação com o cliente e otimizar a gestão de fundos", explica.
Cristina Carvalho destaca o papel da IA na gestão de grandes volumes de dados e na otimização de carteiras em vários segmentos. Na banca privada, salienta a importância dos dados em tempo real para elaborar estratégias personalizadas, enquanto no setor de seguros, “a IA pode ajudar a fazer previsões mais rápidas e, portanto, na própria gestão do risco”.
Se Miguel Luzarraga destacou o impacto da IA no setor da saúde, Cristina Carvalho destaca-o no setor financeiro, “que não procura necessariamente ultrapassar as grandes empresas tecnológicas em termos de inovação, mas sim encontrar parceiros tecnológicos estratégicos que possam ajudar no crescimento e adaptação às exigências do mercado, nomeadamente com ganhos de produtividade”. Por fim, na visão da responsável da Amundi, o sucesso empresarial está cada vez mais ligado à propriedade intelectual e à aplicação específica da tecnologia, e menciona o risco de concentração no mercado, liderado, essencialmente, por grandes empresas americanas. “Preferimos explorar empresas que ofereçam um futuro mais diversificado, evitando os limites impostos pela concentração nos grandes players tradicionais”, assume.
3/3