O que conduziu as subscrições de fundos, em mês de inalteração de taxas nos EUA?

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Dhammza, Flickr, Creative Commons

No mês de setembro o mercado assistiu a uma manutenção das políticas dos Bancos Centrais. Como lembra João Graça, do ActivoBank, “se por um lado o BCE e BoJ decidiram não alterar os seus planos acomodatícios, a FED decidiu não aumentar para já a taxa de referência, aumentando significativamente, de acordo com o consenso, a probabilidade de aumento no final do ano”. Quando o assunto é o petróleo, o profissional destaca “o primeiro sinal de corte de produção de petróleo, embora só se esperem mais detalhes nos próximos meses”.

Analisando a lista de fundos mais subscritos de duas das entidades que mensalmente reportam à Funds People os seus rankings, denota-se uma preferência pelo tema Europa. Do ActivoBank, o mesmo profissional destaca que no mês em análise assistiu-se a “uma procura por soluções no mercado europeu, com 5 dos 10 mais subscritos ligados ao velho continente”, eventualmente por causa de uma “sensação de segurança com preocupações a emergir, devido ao aproximar das eleições norte-americanas e a possível bolha de crédito na China”.

Do BiG, Isabel Soares, gestora de produto da casa, começa por referir, mais uma vez, que “a tendência observada ao nível de fundos mais subscritos no decorrer do mês de setembro não apresenta alterações significativas face ao observado nos períodos anteriores”. No topo da lista continua a figurar o fundo com selo ABC atribuído pela Funds People, produto que recentemente anunciou o seu soft close. “O fundo Nordea 1 - Stable Return, mantém a sua posição enquanto fundo mais subscrito (mesmo após a medida de soft closure implementada pela entidade no início do período em análise)”, confirma Isabel Soares, que justifica que “os investidores parecem continuar a valorizar a lógica e natureza do processo de investimento subjacente a este produto que se continua a assumir como uma das soluções privilegiadas para efeitos de balanceamento de risco das carteiras”.

Europa reuniu consenso... tal como o Nordea 1 - Stable Return

Tal como acontece com o ActivoBank também no BiG a preferência por Europa foi evidente. “Na componente de produtos mais procurados com exposição ao segmento accionista, continua a evidenciar-se uma preferência pela região Europeia (exemplo dos fundos Fidelity European Dividend ou Henderson Horizon Pan European Alpha) ainda que o play do Japão continue a canalizar alguns inflows (sobretudo através do fundo Henderson Horizon Japanese Smaller Companies)”, explica. A profissonal sublinha também outra das tendências mensais: a expressividade ganha pelo segmento de dívida, já que “6 dos 10 fundos mais subscritos apresentam políticas de investimento mais focadas em rendimento fixo”.

No Banco Best os lugares cimeiros dos mais subscritos foram preenchidos por habitués. Rui Castro Pacheco, head of asset management, indica que os clientes continuaram a apostar nos fundos Nordea Stable Return e no MFS Global Total Return. “Estes fundos bastante flexíveis na sua gestão, proporcionam oportunidades de retorno interessantes ao mesmo tempo que tentam controlar o risco com uma carteira de investimentos bastante diversificada”, especifica. Descendo na escala de risco, e falando dos fundos mais conservadores, o profissional enfatizou a presença de alguns produtos. “Para além do fundo Jupiter Dynamic Bond (fundo com classificação ABC atribuída pela Funds People) que tem aparecido com alguma frequência nas preferências dos clientes, que podemos caracterizar como um fundo muito flexível e que pode investir em qualquer segmento de obrigações, este mês registámos também algumas apostas mais específicas em 3 segmentos das obrigações”, indica. Destaca o fundo Consistente Funds People “T. Rowe Price European High Yield Bond, que investe em obrigações de empresas europeias com notação “high yield”, o fundo Neuberger Berman Short Duration Emerging Market Debt, que investe em obrigações de mercados emergentes com maturidades curtas e o BlackRock Global Corporate Bond, que investe em dívida de empresas geograficamente diversificadas”.

Na componente de maior risco, por sua vez, contam-se 4 fundos na lista da entidade. “Temos um fundo generalista e que procura encontrar ações de empresas mais estáveis a nível global, o Nordea Global Stable Equity”, diz Rui Castro Pacheco, enunciando os outros três. Tratam-se de “fundos setoriais com o tema “saúde” - o Franklin Biotechnology Discovery e o BlackRock World Healthscience - e ainda o tema “ouro” a fechar o Top, com o BlackRock World Gold”.

Fundos mais subscritos nas plataformas em setembro

mais subs set

Fonte: Best, BiG, ActivoBank