“O segmento 'high yield' deverá constituir uma parte central nas carteiras dos investidores”

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Harold.lloyd, Flickr, Creative Commons

Com uma rendibilidade anualizada de 22%, as obrigações 'high yield' estão entre os activos com melhor comportamento nos últimos quatro anos. No entanto, num contexto em que los rendimentos se aproximam a mínimos históricos e os preços estão mais altos que nunca, são muitos os investidores que se questionam acerca da eventualidade do mercado 'high yield' estar sobressaturado ou se está muito caro ou, ainda, se chegou o momento de consolidar lucros e procurar outras soluções. Para Jim Keenan, chefe de assessoria financeira e responsável do grupo de financiamento alavancado da BlackRock, estas considerações estão longe da realidade: “o segmento 'high yield' deverá constituir uma parte central nas carteiras dos investidores”.

Segundo explica Keenan num artigo, os preços e o rendimento das obrigações 'high yield' estão tão altos não porque o mercado está sobressaturado, mas sim porque a rendibilidade das obrigações do Tesouro norte-americano estão em mínimos históricos. “A gestão da dívida corporativa melhorou: os investidores estão a ser compensados pelo baixo risco de não pagamento da dívida 'high yield'”, garante. Na sua opinião, a rendibilidade de muitos activos 'investment grade', habitualmente considerados mais seguros, não constitui uma compensação suficiente para os investidores face ao potencial de queda da rendibilidade e uma subida das taxas de juro. “Inclusivamente o activo considerado como “último refúgio” - dinheiro líquido – apresenta um retorno negativo retirada a inflação”.

“Com o tempo, o 'high yield' permitiu aos investidores obter aproximadamente 80% da rendibilidade das acções, mas com menor volatilidade. Portanto, esta classe de activos merece ocupar um lugar fundamental nas carteiras como uma ferramenta ideal para diversificar o investimento entre obrigações e acções”, afirma Keenan. Este considera que, durante os dois próximos anos, apesar de poder existir uma moderação nos rendimentos, estes continuarão atractivos, sobretudo se comparados com outras alternativas do mercado de obrigações. “Com empresas sólidas e uma baixa taxa de não pagamento, acreditamos que é mais tolerável assumir o risco da dívida corporativa do que o risco das taxas de juro dos activos de longa duração”.