Obrigações ganham terreno dentro dos OICVM e dos FIA

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Phill Monson, Flickr, Creative Commons

Os Organismos de Investimento Coletivo em Valores Mobiliários (OICVM) e os Organismos de Investimento Alternativo (FIA) chegaram ao final de 2017 com um montante sob gestão de 12.291 milhões de euros, valor correspondente a 154 fundos em atividade.

Olhando para o relatório de gestão de ativos do 4.º trimestre de 2017, divulgado pela CMVM, é possível verificar algumas tendências nos investimentos preconizados pelo lado da gestão dos produtos, no ano que passou.

A componente de obrigações nacionais, por exemplo, foi das que registaram um avanço mais significativo no ano. A CMVM reporta uma variação anual de 90,8% relativamente ao investimento em obrigações nacionais. No termino de 2017, estes títulos valiam 174,3 milhões de euros dentro das carteiras, valor que compara com os 91,3 milhões de euros de um ano antes. Também as obrigações estrangeiras registaram um incremento significativo de 61,3%. Com um volume de investimento mais robusto do que as anteriores, as obrigações estrangeiras terminaram 2017 a valer quase 3.500 milhões de euros dentro dos portefólios dos OICVM e FIA.

A componente de ações teve um crescimento (que pode ter sido por via da valorização dos ativos) mais “tímido” no ano. O regulador aponta um crescimento de 10,6% nas ações nacionais, enquanto o incremento nas ações internacionais foi de 18,6%. As ações nacionais, no final de 2017, totalizavam 183,9 milhões de euros dentro destes organismos, comparativamente com os 166,3 milhões de euros do final de 2016. Recorde-se apenas que 2017 foi um ano positivo para o PSI-20 comparativamente com outras praças europeias. O principal índice português fechou nos 5.388,3 pontos, com uma subida superior a 15% no ano. As ações internacionais, por sua vez, fecharam o ano que passou com um volume de 1.121,2 milhões de euros.

UPs de fundos estrangeiros crescem 33%

Um importante fatia das carteiras de OICVM e FIA está ainda alocada a UPs de fundos de investimento  (27,3%), e também a este nível importa falar dos números do ano passado, em particular no que toca às UPs de fundos estrangeiros. Estas cresceram mais de 33%, e no final de 2017 contabilizam 3.159,6 milhões de euros

Liquidez reduz-se no ano

Numa perspetiva inversa destaque também para a diminuição do investimento em liquidez. Segundo os dados da CMVM, esta rubrica caiu 18,5% dentro das carteiras, e no final de dezembro a liquidez cifrava-se em 2.809,7 milhões de euros comparativamente com os 3.448,5 milhões de final de 2016.

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Fonte: CMVM, final de dezembro