Segundo cálculos da MainStreet Partners, a trajetória é ascendente, tendo o seu volume triplicado em sete anos. A base de dados da consultora mostra que, em 2022, foram emitidas obrigações sustentáveis em 35 mercados em desenvolvimento, contra oito em 2015.
Embora o México tenha sido o primeiro país a emitir uma obrigação soberana ligada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, a emissão de obrigações próprias dos mercados em desenvolvimento continua a ser uma fração do resto do mundo. Segundo cálculos da MainStreet Partners, em 2022, representava apenas 9% do total. É verdade, porém, que a trajetória é ascendente. Em sete anos, o volume de emissões de obrigações dos mercados em desenvolvimento triplicou.
A China continua a ser o maior mercado para a emissão de obrigações sustentáveis nos mercados em desenvolvimento, com mais de 60% das emissões totais desde 2015, embora o número de emissões também tenha aumentado de forma significativa. A base de dados da consultora mostra que, em 2022, tinham sido emitidas obrigações sustentáveis em 35 mercados em desenvolvimento, face a oito em 2015.
As entidades supranacionais costumam utilizar as obrigações sustentáveis para apoiar investimentos de capital à escala global, em especial nos mercados em desenvolvimento. A relação entre o país de domicílio e o destino geográfico do investimento nem sempre é evidente, mas o capital enviado para os mercados em desenvolvimento não deixou de crescer à medida que os emitentes e os investidores adotaram cada vez mais o objetivo de aumentar o financiamento para questões climáticas nas regiões mais vulneráveis, adotado no Acordo de Paris em 2015.
Registou-se um aumento de 125% nos fundos alocados aos mercados em desenvolvimento em 2021, em comparação com 2019. A América do Sul é a região que registou o maior aumento na utilização do capital para os seus projetos de impacto em 2021. Em contrapartida, a Europa possui a maior proporção dos ativos: 548.000 milhões de dólares no final de 2022, ou seja, quase quatro vezes mais do que os fluxos de investimento da região mais beneficiada, a Ásia (com 145.000 milhões de dólares).
“O uso de capital refere-se aos projetos ou atividades que são financiadas através da obrigação com o objetivo de abordar ou mitigar um problema social ou ambiental concreto. Por isso, segundo este relatório, os títulos de rendimento fixo sustentáveis são cada vez mais utilizados se o projeto ou a atividade é realizada num mercado emergente”, explica a entidade.