Os primeiros tempos de 2016 têm sido atribulados nos mercados financeiros. A volatilidade tem reinado ‘a seu belo prazer’ e tem puxado para baixo as esmagadora maioria das rendibilidades dos fundos de investimento nacionais. No entanto, “crise é sinónimo de oportunidade” – como diz o provérbio milenar chinês – e nesse aspecto alguns produtos têm aproveitado da melhor maneira os tempos de grande volatilidade.
Os dados da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP), com data de 24 de março – ou seja, a semana 12 de 2016 –, mostram que os três mais rentáveis em 2016 investem todos no Brasil. Geridos pela BPI Gestão de Activos surgem os dois mais rentáveis: o BPI Brasil Valor e o BPI Brasil. A cargo de José Mendes, os fundos conseguiram ganhos de dois dígitos, com o primeiro a atingir os 17,37% e o segundo a fixar-se nos 12,38% de rendibilidade.
O fundo líder – BPI Brasil Valor – tem um património superior a um milhão de euros, com o maior investimento a ser realizado em ações preferênciais do Banco Bradesco, segundo os dados disponibilizados pela Morningstar. Já o BPI Brasil gere mais de 22 milhões de euros com o maior investimento em carteira a ser realizado em títulos de dívida pública do país. Recentemente, João Caro Sousa, gestor da BPI Gestão de Activos, escreveu na Funds People sobre a evolução da situação económica e política no Brasil.
O terceiro produto mais rentável do ano, de acordo com a Associação, é o NB Brasil, da responsabilidade da GNB Gestão de Ativos. Gerido por Ricardo Santos – que também comentou recentemente a situação no país – o fundo conseguiu uma rendibilidade de 7,37%, com o seu património a atingir os 1,4 milhões de euros no final de fevereiro. Nos maiores investimentos encontramos dívida pública brasileira, que totaliza mais de metade do total do investimento.
‘Na onda’ do investimento em mercado emergentes surge, logo depois, o fundo Montepio Mercados Emergentes que é da responsabilidade da Montepio Gestão de Activos, novamente com dívida brasileira a representar a maior posição do fundo. No período em questão a sua rendibilidade é de 5,64% com o seu património a ficar próximo do milhão de euros.
Os 15 fundos mais rentáveis em 2016
Fundo | Gestora | Categoria APFIPP | Rendibilidade 2016 (%) |
---|---|---|---|
BPI Brasil Valor | BPI Gestão de Activos | Fundos Diversos | 17,377 |
BPI Brasil | BPI Gestão de Activos | Flexiveis | 12,383 |
NB Brasil | GNB Gestão de Ativos | Flexiveis | 7,374 |
Montepio Mercados Emergentes | Montepio Gestão de Activos | Fundos Diversos | 5,647 |
Caixagest Obrigações Longo Prazo | Caixagest | Obrigações Euro | 3,198 |
BPI Obrigações A.R.A.R. | BPI Gestão de Activos | Outros Fundos | 2,173 |
BPI Reestruturações | BPI Gestão de Activos | Outros Fundos | 1,897 |
IMGA Global Bond Selection | IM Gestão de Ativos | Obrigações Euro | 1,703 |
BPI Obrigações Mundiais | BPI Gestão de Activos | Obrigações Internacional | 1,484 |
Optimize Europa Obrigações | Optimize Investment Partners | Obrigações Internacional | 0,993 |
Caixagest Oportunidades | Caixagest | FIA Obrigações | 0,970 |
Santander MultiCrédito | Santander Asset Management | Obrigações Taxa Indexada Euro | 0,816 |
IMGA High Yield Bond Selection | IM Gestão de Ativos | Obrigações Euro | 0,785 |
Caixagest Obrigações Mais | Caixagest | Obrigações Euro | 0,781 |
Postal Capitalização | Caixagest | Obrigações Taxa Indexada Euro | 0,698 |
Fonte: APFIPP no dia 24 de março