A importância dos instrumentos associados a Fixed Income para a compreensão da realidade

Joaquim_Cadete
Cedida

Ao longo dos últimos anos, muitos dos instrumentos e técnicas associadas à classe de Fixed Income, que potenciaram a recente crise financeira, voltaram a ser reintroduzidos, para a compreensão de riscos inerentes a qualquer estratégia de investimento. Este reaparecimento não visa aumentar o grau de alavancagem dos investidores institucionais, mas antes a procura de padrões de risco análogos com produtos desenvolvidos no passado recente. No intuito de clarificar este mesmo argumento, vários exemplos serão apresentados seguidamente.  

A tradicional teoria, associada à avaliação de projectos de investimento, requer a determinação de um conjunto de indicadores, dos quais se destaca a taxa interna de rendibilidade. A aceitação do projecto traduz-se na captação de uma determinada rendibilidade fixa, inerente à tecnologia implementada, que traduz a rendibilidade dos activos. No pressuposto que estes activos são financiados na sua maioria por um empréstimo a taxa variável, a análise agregada das estratégias de investimento e de financiamento sugere fluxos anuais de rendimento semelhantes ao de um swap, ou seja, o investidor recebe uma taxa fixa, mas paga uma taxa variável. Assim sendo, o retorno accionista anual será apenas a decorrência de um carry trade na linguagem do mercado obrigacionista. Esta mesma constatação comprova a importância das empresas se financiarem por períodos longos a taxa fixa, como forma de mitigar os riscos de taxa de juro e de crédito.

Adicionalmente, a análise da dinâmica no balanço de uma empresa sugere a existência de uma regra de alocação de retornos e perdas para os investidores, que decidiram financiar os activos da mesma. Anualmente, o retorno gerado pelos activos é transferido dos investidores mais séniores, para os mais subordinados, enquanto que o inverso é válido na alocação de perdas. Caso a carteira de activos da empresa apresente um elevado grau de diversificação, em termos geográficos e de contrapartes, a decomposição do risco implícito à mesma e sua valorização podem ser determinados pelo recurso às técnicas de titularização. Igual conclusão pode ser retirada para o valor das tranches, dívida e capital próprio, que financiam os activos.   

Face a este novo contexto de quantificação de risco, as universidades devem desempenhar o seu papel de forma a irem ao encontro das necessidades de formação do próprio mercado. A iniciativa lançada pela Católica-Executive Education em 2012, e repetida este ano, do programa Fixed Income Profiles and Strategies insere-se dentro desta linha de actuação. 

 

O Programa “Fixed Income Profiles and Strategies: A Deeper Analysis”, que decorre em inglês e está aberto a participantes de todo o mundo, terá início no próximo dia 17 de abril. Para mais informações consulte o site da CATÓLICA-LISBON.