Miguel Luzárraga, responsável de negócio para a Península Ibérica, explica que a complexidade e fragmentação dos mercados de obrigações fazem com que a tecnologia e as análises avançadas sejam essenciais para o sucesso das estratégias. Comentário patrocinado pela AllianceBernstein.
TRIBUNA de Miguel Luzárraga, responsável de negócio para a Península Ibérica da AllianceBernstein. Comentário patrocinado pela AllianceBernstein.
No dinâmico mundo dos investimentos, a tecnologia emergiu como um aliado indispensável para a criação e gestão de carteiras de rendimento fixo sistemático. A complexidade e fragmentação dos mercados de obrigações e a necessidade de avaliar múltiplos fatores preditivos, fazem com que a tecnologia e as análises avançadas sejam essenciais para o sucesso destas estratégias.
A gestão de estratégias fatoriais, na prática, baseia-se na capacidade de identificar e aceder a centenas de fatores internos, graças a bases de dados exaustivas. Nem todos os fatores se aplicam sempre numa carteira sistemática; o gestor pode rodá-los conforme as condições do mercado e a eficácia dos fatores. Esta abordagem dinâmica é crucial, pois as condições do mercado mudam constantemente e a eficácia dos fatores varia ao longo do tempo. Por exemplo, o fator carry (yield) pode ser relevante em mercados de obrigações investment grade, mas não no mercado high yield, onde os riscos de incumprimento são mais determinantes.
Os dados fiáveis são a base das estratégias sistemáticas eficazes. Os investidores necessitam de enormes quantidades de dados depurados, exaustivos e com um histórico longo. Compilar estes dados é um processo laborioso que consome muitos recursos, mas é essencial para realizar análises exaustivas da situação financeira das empresas e cobrir numerosas classes de ativos de rendimento fixo a nível global. A abundância de dados permite aos gestores avaliar continuamente os fatores e geri-los de forma dinâmica, adaptando-se às condições cambiantes do mercado.
A liquidez é outro pilar fundamental para o sucesso das estratégias sistemáticas. As empresas que não conseguem avaliar eficazmente a liquidez de uma obrigação não poderão implementar as suas ideias de investimento. Para se manterem na vanguarda num mercado que reage rapidamente a qualquer nova informação, os gestores de rendimento fixo devem utilizar tecnologia que integre todas as plataformas de trading de rendimento fixo externas num só lugar. Encontrar a liquidez adequada para executar as operações desejadas é uma condição prévia para gerir as alocações dos fatores de uma carteira. Além disso, é crucial conseguir liquidez suficiente a preços atrativos, já que as estratégias sistemáticas só executam operações se superarem testes de custos de transação.
Numa abordagem sistemática, cada obrigação do índice de referência recebe uma classificação para uma série de fatores preditivos. Um modelo que combina diferentes fatores acumula estas classificações para gerar uma única classificação fatorial total para cada obrigação. Este modelo utiliza um algoritmo determinado por técnicas de aprendizagem automática para ponderar a eficácia preditiva e a correlação com outros fatores. O objetivo é alcançar maiores rentabilidades ajustadas ao risco, equilibrando a eficácia preditiva com rigorosos controlos de risco, como obrigação, emissor, setor, ESG, duração, diferencial, liquidez e custos de transação.
Neste campo relativamente novo, alguns produtos de rendimento fixo sistemático têm oferecido rentabilidades reais abaixo dos resultados esperados. Isto deve-se a três erros comuns: depender de fatores estáticos, utilizar dados não fiáveis e incapacidade de obter liquidez e executar corretamente as ideias. Por isso, é crucial uma abordagem fatorial dinâmica, a abundância de dados fiáveis e considerações de liquidez adequadas.
Em conclusão, a tecnologia e as análises avançadas são fundamentais para a criação e gestão de carteiras de rendimento fixo sistemático. Uma abordagem dinâmica, baseada em dados fiáveis e com uma avaliação eficaz da liquidez, permite aos gestores adaptarem-se às condições em constante mudança do mercado e otimizarem as rentabilidades ajustadas ao risco. A integração destas ferramentas tecnológicas não só facilita a implementação de estratégias sistemáticas, como também assegura o seu sucesso no complexo e fragmentado mercado de obrigações.