Ao som do Boss, Jorge Silveira Botelho traz-nos o sonho americano, mas não só. Na sua habitual restropetiva do ano, o responsável pela BBVA AM Portugal conduz-nos numa volta completa ao mundo, em 2024.
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COLABORAÇÃO de Jorge Silveira Botelho, responsável da BBVA AM Portugal.
Este foi o ano do Excecionalismo americano, onde as Westen Stars* foram as ações americanas, e em especial, as Sete Magníficas. Os investidores com o seu Hungry Heart* pelo potencial da Inteligência Artificial, acabaram por gerar uma enorme dispersão de comportamento entre setores e geografias. Mas 2025 poderá ser diferente, sobretudo, porque à medida que o potencial da Inteligência Artificial Growin Up* na mente dos investidores, as oportunidades de investimento podem emergir nas Backstreets*.
A desinflação surgiu como Something In The Night*, deixando muitos economistas atónitos, obrigando os Bancos Centrais a iniciarem o processo de reversão da política monetária, permitindo à economia Prove it all Night* e que não ia I’m Going Down*, como muitos vaticinavam.
O Excecionlismo americano impôs-se através dos acréscimos de produtividade e crescimento, enquanto na Europa este ano se tentava em vão sintonizar a Radio Nowhere*, apesar de em termos agregados, as dinâmicas da dívida e do emprego serem positivas. O relevante foi o reaparecimento de Mario Draghi que está Working on a Dream* para Europa. Por seu turno, o Dragão chinês depois de ter penado muito, resolveu vestir uma America Skin*, ao finalmente fazer um exame de consciência, dando One Step Up* para sarar as feridas do imobiliário e do excesso de investimento.
A título individual, Donald Trump foi o protagonista do Excecionlismo americano, ao ganhar em todas as frentes e contrariamente ao que se dizia, as eleições não foram decididas nas Streets of Philadelphia*, ao mesmo tempo que obteve vitorias expressivas nos Estados Republicanos tradicionais, como foi o caso do Nebraska*.
Mas o virtuosismo do Excecionalismo americano não se faz à custa The Promise*, e com um The Wrestler* de tarifas alfandegárias, nem com o Rising* incontrolado da dívida pública e, ainda muito menos, com os Ghosts* da imigração. Este último tema, o da emigração, é perverso, uma vez que se quer ignorar o valor daqueles que foram feitos Born to Run*, em busca de uma vida melhor na Land of Hope and Dreams*, o famoso American Dream, que ironicamente tanto fez America Great Again (MAGA)...
Um dos lemas destes imigrantes é o compromisso de que If I Should Fall Behind* há sempre alguém que Cover Me*. Essa, é também a história de Rosalita*, que escreveu uma Letter to You* a contar como num Lonesome Day* se encheu de coragem e atravessou The River* à procura de uma vida melhor. E hoje, tal como qualquer cidadão americano, festeja com todo o orgulho o Independence Day*.
Afinal de contas, tanto Donald Trump como o seu futuro vice-presidente, James Vance, sempre souberam disso, e não foi por acaso que nenhum deles quis casar com uma Jersey Girl*. Ambos preferiram tocar uma bonita New York Serenade* para seduzirem, um uma imigrante, o outro uma filha de imigrantes...
A geopolítica continua a deixar-nos a Dancing in the Dark*, porque o mundo parece que está sempre em Fire*. Na Ucrânia o mote é No Surrender* e Volodymyr Zelensky afirma-se como Tougher Than The Rest*. No entanto, parece que cada vez mais existem Two Hearts* divididos, em busca de um qualquer tipo de solução de paz.
No Médio Oriente, Gaza é desafortunadamente My City of Ruins*, e é urgente encontrar-se um Human Touch*. Infelizmente pelo caminho da Thunder Road* padecem muitos Blood Brothers* à procura The Promised Land*.
Por seu turno, na Síria, as pessoas vieram Out in the Street* para festejar o fim de uma ditadura, mas ainda é incerto o que se vai passar, porque existe sempre o risco do regime cair numa Jungleland*…
Na Coreia do Sul, o presidente tinha afrontamentos e imaginou o regresso The Ghost of Tom Joad* e criou inusitadamente um incidente político.
Em França, apesar do sucesso dos jogos olímpicos, o parlamento deixou o presidente a dizer I’m On Fire*, porque é preciso um novo governo, mas parece que It’s Hard To Be A Saint In The City*.
Isto enquanto em Inglaterra o novo governo pisca o olho à Europa e quer chamar o túnel da mancha de Tunnel of Love*.
Na Alemanha a indústria automóvel já teve Better Days*, e está a caminho de uma Depression*. Já se sabia que em matéria de inovação tecnológica If I Should Fall Behind* isso teria consequências.
Mas, na verdade, This Hard Land* na indústria automóvel é global, onde a procura está a ser redimensionada e a tecnologia está em constante mudança. O drama é que o Last Man Standing* não tem dinheiro para comprar uma casa na My Home Town*, e não se pode dar ao luxo de comprar um carro novo e prefere manter os seus Used Cars*.
Também na American Land* ninguém faz mais Racing In The Street* e nem mesmo a entrada na F1 de um Pink Cadillac*, vai evitar os Devils And Dust* da indústria automóvel. As pessoas estão a deixar de Drive All Night e preferem fazer um Long Walk Home* parairem comemorar o 4th Of July, Asbury Park.
Na realidade, o carro elétrico deixou de ser um Long Time Comin`*, tornado-se também num Point Blank na indústria petrolífera, uma vez que vamos atingir o Peak of Oil no consumo ainda nesta década.
A China nesta matéria vestiu um Brilliant Disguise* e de um momento para outro tornou-se líder na transição energética, tanto no mercado de produção de veículos elétricos como de baterias e deu um grande Hello Sunshine* ao colocar-se também como país que mais produz energia solar.
O mundo precisa de investimento forte em infraestrutura para garantir a transição energética, precisa de investimento de qualidade nas redes, na ferrovia em Downbound Train* e de mais gente Working On The Highway*.
As temperaturas continuam a aquecer, isso faz com que seja improvável assistir ao Tenth Avenue Freeze Out*, mas bastante provável que andem neste inverno Girls In Their Summer Clothes*.
Mas infelizmente os eventos climáticos extremos são cada vez mais frequentes e têm cada vez mais um lado trágico. Daí um respeito especial por todos aqueles que foram vítimas de incêndios ou ficaram Lost In The Flood*.
Um outro lado das alterações climáticas é o degelo no Ártico, que está a gerar novas prospeções de minério nas Badlands* e a abrir novas rotas comerciais, perdendo peso as rotas atlânticas, com Atlantic City* a perder o seu protagonismo.
Neste final do ano, é de assinalar que depois de Darkness On The Edge Of Town*, renasce das cinzas em Paris Notre-Dame, e a grande Senhora que nada pede e tudo dá, voltou a ser The Light Of The Day* na cidade da luz.
E é nesta quadra natalícia que temos de nos deixar fluir com o Spirit in the Night* e não ter medo de ficarmos Blinded By The Light*. À medida que o tempo da nossa existência se estende, há Always a Friend* que parte prematuramente, mas cada um desses é The Angel* que ilumina o nosso Secret Garden*, onde vamos buscar a Reason to Believe* para cuidar ainda melhor dos que ficam.
Há de chegar o dia que todos vamos Meeting Across the River*, sendo a nossa obrigação agradecer tudo o que temos e viver orgulhosamente os nossos Glory Days! Um Santo Natal e um Feliz Ano Novo!
It's not the time in your life, it's the
life in your time.

* Obrigado Bruce Springsteen!