Rui Castro Pacheco, responsável de Investimentos do Banco Best, apresenta o gráfico do IPC nos EUA, na zona euro e no Reino Unido, refletindo sobre as possíveis tomadas de posição por parte do BCE e da Fed face à inflação.
O Chart of the Week é da autoria de Rui Castro Pacheco, responsável de Investimentos do Banco Best.
As subidas nas taxas de juro e outros efeitos parecem ter contido a subida na inflação quer nos blocos europeus quer nos EUA.
No entanto, se é verdade que a taxa de subida veio dos 6 a 7% para os 3 a 4%, continua a não ser evidente que possa voltar rapidamente para os níveis de 2% que são os objetivos dos bancos centrais. Se a Fed se recusa, para já, a baixar as suas taxas diretoras, o BCE deu já o sinal de partida, mas estará efetivamente a inflação controlada na Europa? Num cenário de um verão com dados económicos mais robustos derivados de expetativas de taxas mais baixas e um potencial inverno mais frio e com maior pressão nos preços energéticos, a trajetória de abrandamento da inflação pode inverter, e, nesse caso, qual seria a resposta do BCE?
Por outro lado, nos EUA, correrá a Fed o risco de manter as taxas de juro elevadas demasiado tempo, estando já a economia bem mais afetada do que mostram os atuais dados económicos disponíveis? Os momentos de inversão de política monetária são sempre dos mais críticos para os bancos centrais pois raramente existem dados claros que permitam aferir qual o melhor momento para começar um novo ciclo. Uma decisão mais cedo do que seria conveniente pode revelar-se desastrosa… o mesmo podendo acontecer quando se espera demais.