Chart of the Week - O ano difícil das moedas dos mercados emergentes

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LendingMemo, Flickr, Creative Commons

(O Chart of the Week desta semana é da autorida de Luis Barreto Xavier, CFA, diretor na sucursal de Portugal do Credit Suisse)

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As moedas de Mercados Emergentes estão a ter um ano particularmente difícil, com uma desvalorização até à data de 11 de setembro de 2018 de -5.93% (medida pelo índice MSCI Emerging Markets Currency Index, Bloomberg ticker MXEF0CX0 Index, vs USD). Este facto fez-nos, no Credit Suisse, pensar se esta desvalorização está relacionada com a contracção do Balanço da Reserva Federal Norte-Americana (FED). Assim, comparámos a evolução deste mesmo balanço (US FED Total Assets - FARBAST Index) com a evolução deste índice de moedas que mede a performance (total return – moeda mais juros da respectiva moeda local).

E aparentemente parece existir uma correlação. Aliás, não é aparente, essa correlação é de 81%, com um R2 de 64% (através de uma regressão linear simples, muito robusta.

Este facto é interessante, mas mais do que a redução do Balanço do FED, importa-nos saber a velocidade da mesma, e o impacto que isso possa ter nas moedas dos mercados emergentes.

Assim, pela observação percebe-se que o FED está a reduzir o seu Balanço de forma consistente desde Agosto de 2017. No entanto, a performance das moedas emergentes não começou a reflectir esse facto de forma imediata. Como se pode verificar pelo gráfico em baixo, a performance das moedas emergentes começa a degradar-se à medida que a intensidade da redução do Balanço do FED começa a aumentar. Esse é o facto mais relevante e o qual nos deveria deixar mais alerta para os próximos anúncios do FD em termos de política monetária.

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