(O Chart of the Week desta semana é da autoria de José Marques, director, Retirement, da Willis Towers Watson)
O gráfico acima apresenta a distribuição da alocação a ações de uma amostra equivalente a 75% dos fundos de pensões portugueses, a qual foi facultada à Willis Towers Watson pelas entidades gestoras portuguesas. Cada barra representa um fundo de pensões e ilustra a concentração do mercado em fundos mais conservadores.
É de notar ainda que a alocação média dos fundos de pensões portugueses a ações é de 25%. De acordo com o nosso “Global Asset Study”, os sete maiores mercados de pensões mundiais apresentam uma alocação média a ações de 40%. Acreditamos que há várias razões para a abordagem conservadora que se verifica, mas também defendemos que em muitos casos poderá fazer sentido adotar uma estratégia mais agressiva.
Vantagens da atual abordagem conservadora:
- Minimização da volatilidade dos fundos próprios das empresas que têm responsabilidades com fundos de pensões.
- Minimização do risco de arrependimento por seguir uma abordagem significativamente diferente do mercado local.
- Para os fundos de pensões de contribuição definida, em que o risco de investimento está do lado dos indivíduos, há uma preocupação das empresas e dos próprios colaboradores em proteger o capital.
Desvantagens da atual abordagem conservadora:
- Os fundos de pensões são “investidores” a longo prazo – daqui a 50 anos, provavelmente, ainda teremos benefícios a serem pagos pela maioria dos fundos de pensões atuais. A história diz-nos que, a longo prazo, as ações têm rentabilidades superiores às demais classes de ativos.
- Muitos fundos de pensões de benefício definido portugueses continuam a necessitar de contribuições anuais devido aos ativos financeiros não crescerem suficientemente rápido.
- Muitos planos de pensões de contribuição definida não oferecem opções suficientemente agressivas aos seus colaboradores com maior apetite de risco. Por exemplo, a maior parte dos planos de pensões de contribuição definida não oferece um fundo com 100% de alocação a ações.
Cada fundo de pensões é único e a prática de mercado representa apenas uma das muitas considerações. É claramente mais importante garantir que a estratégia de investimentos adotada é consistente com as responsabilidades e/ou objetivos de cada fundo.