No Chart of the Week desta semana, Rita Appleton faz uma análise às consequências da quebra da natalidade na economia.
(O Chart of the Week desta semana é da autoria de Rita Appleton)
Este ano estão a nascer menos bebés em Portugal. Nos primeiros 8 meses do ano houve menos 1.216 recém-nascidos rastreados do que em igual período do ano passado, o que significa menos 5 bebés por dia, em média. Estes dados são fornecidos pelo “teste do pezinho” feitos no âmbito do Programa Nacional de Diagnóstico Precoce coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.
Todos os países europeus estão a envelhecer mas nem todos estão a encolher, como parece ser o caso de Portugal. De facto, juntando à quebra de natalidade o fenómeno da emigração (saída do país de muitos jovens em idade fértil) a mistura é “explosiva”. Prevê-se que em 2050, a população portuguesa tenha diminuído em mais de 1 milhão de pessoas, passando dos 10.4 milhões atuais para apenas 9.1 milhões de portugueses.
A baixa natalidade tem um impacto crescente no envelhecimento da população com consequências ao nível da Segurança Social (população reformada excedendo população ativa traduz-se em reformas cada vez menores), menor produtividade e necessidade de maior investimento no apoio à terceira idade. Por outro lado, tem implicações relevantes ao nível do emprego, educação, transportes, saúde, ordenamento do território e desenvolvimento regional, com as zonas interiores a serem mais penalizadas que o litoral.
