João Ramos, do departamento de Taxas de Juro da IMGA, afirma que o steepening das curvas das taxas de juro "foi, sem dúvida, o tema que mais atenção atraiu nas últimas sessões".
O Chart of the Week é da autoria de João Ramos, departamento de Taxa de Juro, da IMGA.
O steepening das curvas das taxas de juro que se seguiu à reunião da Reserva Federal de 20 de setembro e onde ficou implícita a intenção de manter as taxas elevadas durante mais tempo foi, sem dúvida, o tema que mais atenção atraiu nas últimas sessões.
Na última reunião, a Reserva Federal decidiu manter as suas taxas diretoras inalteradas, mas apresentou um conjunto de dots mais agressivos que o esperado e um novo conjunto de projeções económicas que apoiam a narrativa de soft landing.
A recente subida das taxas de juro é justificada, em parte, pelo facto de os investidores esperarem que as taxas de juro fiquem mais altas por mais tempo, mas também tem sido impulsionada pela perceção crescente de que o tesouro norte-americanos precisará de manter a supply de UST elevada para financiar os crescentes défices orçamentais e também pelo aumento nas expetativas de inflação de longo prazo. O resultado disto foi um aumento mais agressivo nas taxas de longo prazo vs. curto prazo, que tem sido ajudado fortemente pelo movimento das taxas reais.
Embora os mercados pareçam ter dado credibilidade à mensagem da Fed, existem algumas dúvidas relativamente à atividade económica nos EUA no futuro. Existem alguns catalisadores que poderão alimentar maior incerteza: retoma dos reembolsos dos empréstimos dos estudantes, um possível shutdown do governo e greves dos trabalhadores do setor automóvel. É provável que alguns destes eventos impactem os dados nos próximos meses, o que poderá impedir a Fed de encontrar sinais suficientes nos dados para conseguir defender outro aumento já em novembro.
Veremos o que nos reservam os próximos meses…