China, outra porta a diversificar o investimento em ações emergentes

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(TRIBUNA de Kristjan Mee, analista da Schroders. Comentário patrocinado pela Schroders.)

A China, como principal mercado emergente, continua com a sua tendência progressiva que está a fazer aumentar as oportunidades para obtenção de lucros ao investir em mercados emergentes.

A China é a segunda maior economia do mundo, representa 16% do PIB mundial. Não obstante, esta posição está muito longe do que refletem os índices bolsistas internacionais. A participação da China no MSCI ALL Country World Index (ACWI) é de 3,7%, o que equivale a menos do dobro do peso da Apple, o maior participante deste índice.

Desde 2008, o diferencial foi aumentando devido à parte do mercado bolsista incluída no MSCI ACWI não ter evoluído a par da expansão económica. De facto, o FMI prevê que a participação da China no PIB mundial aumente até 18% em 2023.

Participação da China na economia mundial vs. no MSCI ACWI

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Fonte: Banco Mundial, Refinitiv Datastream. Schroders. Dados do PIB de 31 de dezembro de 2018. Dados do índice a 30 de agosto de 2019.

O diferencial cresceu de forma ainda mais significativa em comparação com os EUA, que representavam 24% do PIB mundial no fim de 2018 e é o país com maior peso no índice, com uma participação de 56% (a 30 de agosto de 2019). Segundo estes dados, poderá parecer que a China está subvalorizada no mercado mundial.

A chave desta discrepância originou do facto que, durante muito tempo, o acesso às ações A da China – ações negociadas na China continental e que constituem a maior parte do universo de ações do país – tenha sido muito complicado para os investidores estrangeiros, que sofriam limitações no fluxo de capitais. Mas, a partir de 2015, com a conexão dos mercados de Shangai e Hong Kong, criou-se um novo canal de investimento transfronteiriço que permitiu aos investidores estrangeiros aceder a ações tipo A sem restrições.

Posteriormente, em 2018, o MSCI anunciou a incorporação de ações A da China nos seus índices globais de forma gradual. Depois de todas as ações A serem incluídas, se é que isso vai mesmo acontecer, o peso da China no seu índice MSCI ACWI será cerca de 7%, igual ao Japão.

Qual é ‘status quo’ para os investidores?

À medida que cresce o peso das ações A nos índices globais, os investidores não poderão obviar a importância deste mercado. Neste momento, a maioria dos investidores institucionais que investem na China fazem-no através de índices de mercados emergentes, como o MSCI Emerging Markets, indicador no qual a China tem uma ponderação de 32%. Mas a crescente importância da China na economia global, em conjunto com os seus esforços para abrir o seu mercado financeiro a capital estrangeiro, fazem com que a decisão sobre o tamanho e a composição da alocação a ações chinesas seja demasiado importante para a deixar nas mãos dos provedores de índices.

Por isso, acreditamos que em vez de esperar que os provedores de índices aumentem a ponderação, os investidores profissionais deverão considerar uma alocação satélite a ações A, além de um mandato para os mercados emergentes mundiais. Quanto maior número de oportunidades, maiores serão as possibilidades de obter lucros do atrativo mercado de ações A.