Esta semana vou estar de olho… na divulgação dos vários indicadores de inflação e crescimento

Carla Brito Fonseca BPI GA
Carla Brito Fonseca. Créditos: Vitor Duarte

Esta semana vou estar de olho... é da autoria de Carla Brito Fonseca, gestora sénior de Portefólios e responsável pelo Investimento no Mercado Brasileiro e Africano da BPI Gestão de Ativos.

Esta semana serão divulgados vários indicadores de inflação e crescimento a que investidores e bancos centrais dedicam especial atenção. Na zona euro, destaca-se a divulgação da taxa de desemprego alemã em agosto e dos PMI de várias economias europeias, num momento em que vários think tanks económicos apontam para uma contração da maior economia da região em 2024. Será também conhecida a evolução dos CPI nas várias regiões alemãs e nas principais economias da zona euro no mês de setembro.

Do outro lado do Atlântico, importa estar atento à evolução de vários indicadores do mercado laboral, quer na vertente de emprego, quer na de evolução salarial, que condicionam a atuação da Fed. Apesar de algum ruído de efeitos sazonais, o mercado de trabalho norte-americano parece manter a sua resiliência. O dado desta semana poderá, contudo, ser afetado negativamente pela greve na Boeing. A empresa anunciou que irá colocar cerca de 50.000 trabalhadores administrativos em lay-off temporário devido à greve. Empresas que operam na esfera da Boeing poderão tomas medidas semelhantes. Merece ainda atenção a publicação dos indicadores ISM e PMI.

Também na China ficaremos a conhecer os PMI relativos a setembro. Os PMI da manufatura situam-se em território contracionista e a expetativa é de que assim se tenham mantido este mês. O governo chinês tem tentado contrariar a fraqueza da economia local através de estímulos orçamentais e monetários, nomeadamente transferências para os mais desfavorecidos, lending facilities dirigidas a investidores institucionais para aplicação no mercado acionista, cortes de taxas de juro e de reservas obrigatórias. Apesar destas medidas, o crescimento no ano de 2024 poderá ficar abaixo do objetivo de 5%.