José Barreiros, da GNB GA, estará atento ao discurso de Jerome Powell, mais concretamente às possibilidades balizadas entre duas fronteiras.
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Existe uma frase recorrente que diz que numa discussão entre dois economistas surgem sempre três opiniões…
Vem isto a propósito da próxima reunião da Reserva Federal Norte-Americana (Fed) e das diversas possibilidades que existem, não só quanto à dimensão do aumento das taxas de juro, mas, sobretudo, no discurso utilizado para caracterizar os próximos passos da sua política monetária.
Relativamente à dimensão do aumento do intervalo da Fed Funds a adotar a partir de 21 de setembro, tanto o consensus do mercado, como a yield implícita na negociação dos futuros da referida taxa, apontam como mais provável uma subida de 75 bps para 3.00% a 3.25%. Isto apesar de haver membros da Fed que defendem uma subida de 100 bps, sobretudo depois da taxa de inflação homóloga no consumidor de agosto ter diminuído (de 8.5% para 8.3%), menos do que era esperado (8.1%).
Mas é sobretudo no discurso a adotar por Jerome Powell para caracterizar os próximos passos da política monetária que as maiores dúvidas se instalam na comunidade financeira. E aqui existe um leque de possibilidades que podem ser consideradas entre duas fronteiras, recentemente utilizadas pela Fed:
- uma atitude mais Moderada, semelhante à adotada após a reunião de julho, em que referia a necessidade de acompanhar os dados económicos que iriam ser divulgados e avaliar, na altura, o impacto da subida acumulada de 225bps na Fed Funds. Tudo isto numa altura em que as componentes do investimento já davam sinais de fraqueza.
- uma atitude mais Agressiva, de acordo com a adotada em Jackson Hole, focando o discurso na necessidade de trazer a inflação para a trajetória dos 2%, subindo as taxas de juro, independentemente das consequências negativas que possam trazer para a economia, e em especial para a componente do consumo.
Nesta atitude mais hawkish da Fed, a possibilidade de uma redução das taxas de juro em 2023 seria pouco provável, algo que as expetativas do mercado continuam a contrariar. De acordo com estas, o topo deste ciclo de subidas será em março de 2023 e nos 4.5%, mas no final de 2023 as taxas já estarão nos 4%.
Será que no final da próxima semana todo este cenário irá estar diferente?