Emanuel Vieira, da Partners2u, analisa o comportamento do PCE dos EUA, bem como as expetativas dos mercados em relação às próximas decisões do BCE e do Bank of Japan.
O Esta semana vou estar de olho... é da autoria de Emanuel Vieira, consultor de investimentos da Partners2u.
Esta semana teremos alguns indicadores de relevo nos Estados Unidos, como a encomenda de bens duradouros de dezembro, indicadores flash PMI da S&P Global de janeiro ou o número avançado do PIB do último trimestre de 2023, mas, sem dúvida, o indicador que mais reterá atenções será o índice de preços PCE relativo a dezembro, que sai apenas na sexta-feira.
Comportamento do PCE dos EUA
O índice de preços PCE (Personal Consumption Expenditures) é uma medida de preços que as pessoas a viver nos Estados Unidos (ou Instituições em nome destas) pagam por bens e serviços, e conhecido por capturar a inflação num largo espetro de despesas de consumo, refletindo as mudanças de comportamento de consumo. Este indicador é um dos preferidos da Reserva Federal norte-americana para avaliar o trajeto da inflação.
Os mercados estão de olhos postos em qualquer indicador que possa alterar significativamente as expetativas quanto ao primeiro corte de taxas de juro por parte da Fed. O número anterior (novembro) mostrou uma quebra de preços face ao mês anterior de -0,1% (2,6% face a novembro de 2022). O índice, excluindo elementos mais voláteis como alimentação sazonal e energia, subiu 0,1% em novembro face a outubro (3,2% face a novembro de 2022), e espera-se que o número de dezembro de 2023 represente uma subida mensal de 0,2%. O número de novembro surpreendeu em baixa. Teremos também uma surpresa no número de dezembro?
Este indicador tem algumas diferenças face ao índice de preços no consumidor (CPI), sendo a habitação uma das componentes com maior diferença de peso. O CPI de dezembro surpreendeu as expetativas dos analistas:
Antes do índice PCE teremos, do outro lado do Atlântico, a decisão de taxas por parte do BCE. Embora não se espere qualquer alteração nas taxas de depósito (4%) e refinanciamento (4,5%) na reunião de quinta-feira, há alguma expetativa em relação ao discurso que se segue.
Na terça-feira teremos a decisão de taxas por parte do Bank of Japan e, embora também não se esperem alterações, os mercados esperam retirar melhor orientação quanto ao timing de início da normalização da política monetária.