Esta semana vou estar de olho nos preços do petróleo

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London Commodity Markets, Flickr, Creative Commons

(O contributo desta semana é da autoria de Teresa Pinto Coelho, gestora na BPI Gestão de Ativos)

No seguimento do mais recente anúncio da eminência de um “grande acordo” entre os Estados Unidos e a Teresa_Pinto_CoelhoChina e da reação optimista dos mercados, importa seguir atentamente a evolução dos preços do petróleo, não só no contexto dos mercados emergentes, mas sim das novas preocupações ambientais que parecem cruzar cada vez mais com os argumentos económicos dominantes que sempre formaram a base do argumentário nos diferentes segmentos dos mercados financeiros.
A Agência Internacional de Energia (AIE) considerou recentemente que os novos cortes de produção decididos pela OPEP e aliados (OPEP+) não serão suficientes para reabsorver totalmente o excesso de petróleo previsto para o início de 2020. Neste contexto, o corte voluntário da OPEP+, anunciado a 6 de dezembro, que conduzirá a uma redução no primeiro trimestre de 2020 de 1.7 milhões de barris diários ou 1.7% da produção global pode ser entendido como uma tentativa de assegurar 60USD/ barril como floor durante o 1º semestre de 2020. Ora, a principal razão que consubstancia esta postura cautelosa parece-me estar naturalmente relacionada com o fraco crescimento da procura. Se à luz da postura esperançosa dos mercados no momento em que escrevo este artigo, pudermos imaginar uma alteração na tendência de queda na procura por parte da OCDE e acrescentar ainda uma aceleração da procura por parte do mundo em desenvolvimentos e sobretudo da China, talvez valha a pena adaptar as nossas projeções para o ano de 2020 e até considerar uma realocação geográfica diferente no novo ano que se aproxima.

Os preços do petróleo têm-se mantido relativamente estáveis, mas ainda assim, se tivermos em conta a evolução desde o início do ano reparamos que o diferencial criado entre o mínimo, no início do ano, e o máximo rondou os 15 USD/ barril. Parece-me importante ganhar novas referências nas estimativas para o próximo ano ou pelo menos desenhar cenários contrastantes que possam conter um intervalo razoável para a evolução dos preços do petróleo.

 Preço do petróleo (CL.1) desde o início do ano

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Fonte: CNBC