Estamos perante uma situação de crédito sobrevendido?

Simon Thorpe. Créditos: Cedida (Generali Investments)

TRIBUNA de Simon Thorp, CIO da Aperture Investors e gestor do Aperture Credit Opportunities Fund. Comentário patrocinado pela Generali Investments.

Coincidindo com o terceiro aniversário do Aperture Investors SICAV - Credit Opportunities Fund em agosto, Simon Thorp comenta algumas previsões para a segunda metade de 2022 e explica porque é que posições longas no crédito são atrativas no contexto atual.

O crédito corporativo foi sobrevendido?

É possível que ainda não tenha chegado o momento em que o crédito esteja loucamente barato, mas parece que nos aproximamos.

Os mercados norte-americanos são bastante simples: inflação ou recessão? A partir daí, as mudanças nos mercados de ações, crédito e taxas devem ser bastante previsíveis. 

O mercado está a usar qualquer debilidade macroeconómica como desculpa para a Reserva Federal alterar a sua tendência de subida de taxas. Na nossa opinião, não é provável que o faça. Embora a economia esteja a abrandar, acreditamos que os EUA vão evitar uma recessão profunda.

Na Europa há elementos que acrescentam complexidade: o abastecimento de gás, os efeitos da guerra e a preocupação com a dívida periférica, com o BCE a preparar a sua ferramenta de antifragmentação.

Os mercados emergentes (ME) são os que mais têm sofrido nos últimos 12 meses. Alguns setores, como o imobiliário chinês, dão sinais de terem atingido o fundo. A partir de agora, a rentabilidade dos ME poderá surpreender-nos, desde que haja seletividade quanto aos países e créditos apropriados.

O nosso cenário base consiste em mantermo-nos defensivos, mas começar a adicionar risco de crédito de forma seletiva, uma vez que consideramos que os mercados estão sobrevendidos em todos os cenários, exceto no de uma recessão profunda. Os níveis atuais dos índices high yield (HY) norte-americanos e europeus estão a refletir taxas de incumprimento de entre 7 a 9% para os próximos três a cinco anos.

Neste contexto, é preferível posições de crédito curtas ou longas?

O aumento da volatilidade levou a uma maior dispersão dos spreads e o dinheiro fácil das posições curtas já foi explorado, uma vez que o mercado conseguiu alterar os preços do crédito vulnerável no segundo trimestre. A única exceção é o setor energético, cuja vulnerabilidade aumenta, particularmente, conforme o abrandamento do crescimento e a potencial queda dos preços do petróleo. Como um dos setores de posições longas mais saturados no primeiro trimestre de 2022, acreditamos que os preços podem cair de forma significativa.

Visto que a rentabilidade das ações ultrapassa a do crédito, também favorecemos as coberturas de ações como uma forma convexa de dar cobertura ao risco de crédito.

Este contexto depende muito dos dados macroeconómicos. Se a economia enfraquecer, algumas das posições curtas melhor ajustadas ao risco estarão, provavelmente, nas obrigações crossover e nas obrigações BBB mais débeis, enquanto se fala cada vez mais dos fallen angels (obrigações que passam de ser investment grade para serem consideradas lixo).

As posições de crédito longas estão a tornar-se muito mais interessantes e encontramos áreas com convexidade positiva pela primeira vez este ano. Em particular, gostamos dos setores defensivos. Muitos investidores viram-se obrigados a vender ações destas empresas devido a resgates, pelo que existem créditos de excelente qualidade com rentabilidade de dois dígitos.

Como está posicionado o fundo para a segunda metade do ano?

Esperamos menos volatilidade e que a dispersão dos spreads se mantenha ampla. Por outro lado, acreditamos que rentabilidades positivas de crédito serão recuperadas neste período e, marginalmente, preferimos o crédito norte-americano ao europeu e o Investment Grade ao HY e às empresas mais débeis. Os mercados podem passar por vagas de vendas no período de setembro-outubro, que costuma ser débil, dado que os investidores fazem as suas previsões analisando as perspetivas sombrias para 2023 e não gostam do que veem. No entanto, qualquer debilidade a este respeito deve ser considerada como uma oportunidade de compra, uma vez que os mercados de crédito já estão a prever resultados extremamente pessimistas.

O contexto atual é altamente dependente dos dados macroeconómicos. Estamos, por isso, menos focados no crédito oportunista ou de situações especiais e priorizamos o crédito a longo prazo. Temos uma grande reserva de transações de valor relativo destinadas a refletir as tendências do mercado enquanto exploramos oportunidades em ações que consideramos estarem subvalorizadas no preço. Um dos temas específicos da carteira está relacionado com a finalização da compra de dívida por parte do BCE. Queremos estar igualmente preparados para as recuperações dos mercados, pelo que aumentamos a exposição a longo prazo aos índices.

Estamos atentos ao Japão no caso da sua inflação se enraizar, o que poderia desestabilizar os mercados. Por isso, temos algumas coberturas de risco dedicadas a isso.

Estamos confiantes que o fundo terá acesso a um amplo espetro de instrumentos de obrigações, em posições longas ou curtas, para oferecer uma rentabilidade ajustada ao risco atrativa para os nossos investidores. Como sempre, o objetivo é gerar alfa.


A rentabilidade obtida no passado não é um indicador da rentabilidade futura. Rendimento no passado: líquido de comissões, excluindo comissões de subscrição e cancelamento, reinvestimento de dividendos de classe acumulados (consoante o caso). Os custos podem variar conforme a classe. Por exemplo, para o IX Capitalisation (registado na Áustria, Alemanha, Espanha, França, Portugal e Itália) - Comissão de subscrição: 5% - Comissão de cancelamento: 1% - Comissão de gestão: 0,56%, com comissões de gestão variáveis entre 0,39 e 4,29%. Consulte o Prospeto informativo e o KIID para as restantes classes. O Aperture Credit Opportunities Fund é um Fundo gerido ativamente, não segue um índice de referência (o índice SOFR+2% é utilizado unicamente para calcular a comissão de desempenho). Os investimentos envolvem riscos. O Fundo não é um produto garantido. Não é possível garantir que o objetivo do investimento será alcançado nem que os investidores vão obter retorno de capital. Principais riscos: risco de taxas de juro, risco de crédito, risco de derivados, risco de ações, risco de liquidez, risco de taxas de câmbio, mercados emergentes. No Prospeto informativo são mencionados outros riscos adicionais.

Esta comunicação de marketing refere-se ao Aperture Investors SICAV, um fundo OICVM-SICAV do Luxemburgo e ao seu subfundo associado, Credit Opportunities Fund (o Subfundo), conjuntamente denominado “Fundo” ou “Aperture Credit Opportunities Fund» (ACOF), registado para distribuição na Áustria, Espanha, França, Portugal e Itália. A Generali Investments Partners S.p.A. Società di gestione del risparmio tem autorização como sociedade gestora do OICVM e de fundos de investimento alternativo (AIFM) e é regulada pelo Banco de Itália -  Via Niccolò Machiavelli 4, Trieste, 34132, Italia - C.M. n. 15376 - LEI: 549300DDG9IDTO0X8E20.  A Aperture Investors UK Ltd tem autorização como sociedade gestora de investimentos no Reino Unido,  sendo regulada pelo  Financial Conduct Authority (FCA) - 135-137 New Bond Street, London W1S 2TQ, Reino Unido - Referência da FCA britânica n.º: 846073 – LEI: 549300SYTE7FKXY57D44. A Aperture Investors, LLC tem autorização como sociedade assessora de investimentos registada na norte-americana Securities and Exchange Commission (SEC) e é proprietária total da Aperture Investors UK, Ltd, conjuntamente denominadas “Aperture”. O responsável pela publicação desta comunicação é a Generali Investments Partners S.p.A. Società di gestione del risparmio. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, os investidores devem ler o Documento de dados fundamentais para o investidor (KIID) e o Prospeto informativo. O KIID está disponível em italiano e os Propetos informativos em inglês, bem como os relatórios anuais e semestrais, no website www.generali-investments.com. Podem também solicitar gratuitamente à Sociedade Gestora do Fundo, a Generali Investments Luxembourg S.A., 4 Rue Jean Monnet, L-2180 Luxembourg, Grão-Ducado do Luxemburgo, endereço de correio eletrónico: [email protected].  Note-se que a Sociedade Gestora pode decidir pôr termo aos acordos relacionados com a comercialização do Fundo no seu país. Para um resumo dos direitos dos investidores em relação a uma reclamação individual ou ação coletiva iniciada por motivo de litígio relacionado com um produto financeiro na UE e no seu país de residência, consulte o seguinte link: www.generali-investments.com. O resumo está disponível em inglês ou numa das línguas oficiais do seu país. Todas as informações e opiniões representam o julgamento pessoal do autor no momento da publicação e não constituem aconselhamento sobre investimentos ou aconselhamento jurídico, contabilístico ou fiscal. Além disso, a informação está sujeita a alterações sem aviso. Fonte: Aperture and Generali Investments Partners S.p.A. Società di gestione del risparmio.