TRIBUNA de Mikko Ripatti, gestor sénior de Carteira de Clientes da DNB Asset Management. Comentário patrocinado pela DNB Asset Management.
O ano não começou bem para a Google e para o Facebook. Mas o ambiente no setor das TI tem estado bastante fraco desde outubro do ano passado e há algum tempo que o Nasdaq não tinha um mês tão negativo como abril. O fundo que menos sofreu com a atual debilidade do setor até à data de fecho (16/05) foi o DNB Fund Technology. A DNB é uma das principais gestoras de ativos da Escandinávia e gere um total de mais de 80 mil milhões de euros, distribuídos por várias classes de ativos.
O fundo difere da maioria dos seus concorrentes, na medida em que a maior parte do foco está no fator valorização, e segue um estilo valor e contrarian (contrário). As ações de alto valor ou alto crescimento, que são populares no mercado, também não foram utilizadas na carteira durante o período de expansão. Desde 2019 que a carteira segue uma linha mais conservadora. Foi dado pouco foco às ações de tecnologia em alta, pois os gestores consideraram que as avaliações eram demasiado extremas. Durante a fase de expansão (2020 e 2021), quando estas ações altamente valorizadas subiram acentuadamente, esta decisão teve um custo no desempenho - mas desde que a correção começou, a maré mudou e o fundo está novamente com um desempenho significativamente melhor que os seus pares. Desde o seu lançamento, o fundo teve um retorno anual de 15,38% (em 29/4/2022).
As duas áreas que a equipa de tecnologia evita, atualmente, são a indústria de semicondutores e o mercado de hardware. Depois do período COVID, em que os consumidores investiram em novos smartphones, telefones, computadores, televisões, etc., os gestores de carteiras acreditam que agora irão voltar a gastar mais dinheiro em viagens, restaurantes e entretenimento. A conclusão é que irá haver menos dinheiro para a eletrónica. Por outro lado, foram feitos investimentos no setor do software e na área do mercado mais orientada para o valor (por exemplo Microsoft, SAP ou Oracle). Neste momento, a equipa de gestão também considera o setor dos jogos interessante. A taxa de crescimento no segundo semestre poderá ser ainda mais elevada do que o previsto.
O que se segue para os grandes? Apple vs. Microsoft
No caso da Microsoft, a equipa do DNB está otimista em relação ao caminho a seguir, uma vez que a empresa está muito bem posicionada em quase todas as principais tendências de TI. Esperam um crescimento de 16 a 20 porcento. A empresa tem um modelo de receita recorrente muito bom. Pelo contrário, voltamos a estar muito céticos em relação à Apple. Isto deve-se ao facto do mercado da eletrónica, ou o mercado de consumo, poder vir a ser bastante difícil a curto prazo, pois houve demasiado investimento nesse mercado durante o período pandémico. Assim, se olharmos para a Apple com atenção, vemos que tem quase o mesmo preço da Microsoft. No entanto, a empresa está a crescer apenas cerca de 5% ao ano em receitas, enquanto a Microsoft está a crescer três a quatro vezes mais rápido. Contudo, estão a negociar no mesmo múltiplo. Além disso, podemos identificar riscos na Apple no que diz respeito à regulação das taxas das plataformas e também à saturação do mercado de smartphones. Estas são as razões pelas quais têm atualmente uma grande participação na Microsoft, mas nenhuma na Apple.
Relativamente ao Google e ao Facebook, a equipa é basicamente neutra. As ações estão valorizadas de forma muito apelativa, mas é pouco claro como o mercado da publicidade se irá desenvolver nos próximos 12 meses.
Forte crescimento em cloud computing
Há um crescimento potencial ou forte na computação em nuvem. O mercado já é muito grande, mas este ainda pode ser um ciclo inicial. Só a Microsoft cresceu quase 50% nesta área no último trimestre e espera números semelhantes no próximo trimestre. A Amazon e o Google estão também bem posicionados. Assim, este mercado deve crescer a um ritmo elevado durante um maior período de tempo. Principalmente porque a Amazon sempre conseguiu pontuar com boa rentabilidade até agora.