Gestão de Activos Espirito Santo Investment Bank

fernando_castro_soilla
Cedida

Em Maio de 2002, em plena crise da bolha do sector tecnológico, na ressaca da escalada a nível global do terrorismo extremista, com os escândalos corporativos nos EUA a sucederem-se, e a caminho da 2º guerra do golfo, muitos dos clientes que até ai se relacionaram com os mercados accionistas através dos serviços de corretagem do ES Investment Bank solicitaram que fossem os especialistas da corretora a fazer, de forma discricionária, a gestão da parte dos seus patrimónios que queriam manter alocada ao investimento em bolsa. Reconheciam que a mudança que se ia verificando no mundo como um todo tornava a tarefa de gerir carteiras nos mercados accionistas algo muito mais exigente, em termos de know-how e de tempo, e como tal queriam confiar o processo nas mãos de especialistas dedicados.

Nesta procura, espontânea na natureza e forma, estava implícito o pedido de que se mantivessem os objectivos e motivações que os tinham antes levado a eles a assumir risco em bolsa. De entre eles, merecia já então destaque a ideia de que só a convicção devia mover a assumpção de risco e que o objectivo era obter retorno absoluto. Dito de outra forma, para aquele grupo de clientes, a performance relativa, por ser ligada a uma qualquer espécie de benchmark, não lhes servia de consolo no momento de assumir prejuízos. Por outro lado, a aversão ao risco era em todos natural pelo que só a convicção de um retorno absoluto interessante os levava a assumir risco, o que é equivalente a dizer que só na liquidez (no não risco) encontravam refúgio. Nunca na cópia de um índice.

Foi pois inspirados por esta procura e implícita necessidade que a equipa, então formada por 3 dos seus actuais membros, formalizou a actividade e desenvolveu um processo de investimento activo que se move exclusivamente por convicção, com objectivo de retorno absoluto no médio e longo prazo, que se sente atraído por liquidez quando a convicção não ganha à prudência, e que avalia resultados através do retorno por unidade de risco (índice de sharpe) explicando a todos os seus clientes que nem todos os 10% são iguais sendo o risco suportado para os obter o que os distingue entre si.

Por ter mantido absoluta coerência no modelo e nos objectivos ao longo de todos estes 10 anos (facto favorecido pelos 3 fundadores serem ainda hoje parte fundamental da equipa), e também por ter sido idealizada num clima de elevadíssima incerteza e volatilidade como foi o ano de 2002, a abordagem da gestão do ES Investment Bank mantém-se actual e adequada para lidar com a renovada incerteza e volatilidade que temos vivido nos últimos anos. Isso explica em boa medida a capacidade de protecção que a gestão tem mantido desde 2007, não só evitando os pesadíssimos prejuízos gerados pela generalidade dos mercados no período mas conseguindo mesmo valorizar um pouco (cerca de 3%) os portfolios nesse período (Eurostoxx50 acumula uma queda de 45% desde Julho de 2007).

A par da presença cada vez mais global do Grupo Banco Espirito Santo com equipas de research numa série alargada de mercados (Portugal, Espanha, UK e Pan Europeu, Polónia, Brasil, África do Sul), a abordagem comportamental (behavourial finance) tem no processo de investimento um papel muito valioso permitindo à equipa assumir uma postura contrária às emoções predominantes nos momentos em que elas assumem uma dimensão mais extrema (seja de pessimismo ou de optimismo). Essa capacidade de contrariar consensos e as respectivas emoções que lhes estão associadas, torna a gestão especialmente dotada para ver na própria volatilidade uma oportunidade. Foi exactamente nesse contexto que, de um mercado que desde Maio de 2002 gerou, em termos de retorno absoluto, uma resultado marginalmente negativo (!), a gestão conseguiu extrair mais de 60% de retorno absoluto construindo essa performance em cada um dos vários movimentos extremos que o mercado empreendeu ao longo desta muito “longa” e difícil década de mercados.