Joseph Mouawad, gestor de fundos, fala, entre outros assuntos, da atratividade do Brasil e da vantagem do México em termos de produção. Comentário patrocinado pela Carmignac.
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TRIBUNA de Joseph Mouawad, gestor de fundos na Carmignac. Comentário patrocinado pela Carmignac.
As taxas de rendibilidade das obrigações de dois dígitos e um desempenho superior inegável dos mercados de ações em 2022 em relação aos seus homólogos emergentes1: os países da América Latina podem merecer a atenção dos investidores este ano.
O ano passado abalou violentamente os mercados financeiros a nível mundial, mas também gerou novas oportunidades, em particular nos mercados emergentes. No capítulo anterior, descobrimos oportunidades na Ásia, mas determinados países latino-americanos também estão bem posicionados para terem bons resultados.
A América Latina: um mercado cheio de recursos
Enquanto grande exportadora de matérias-primas, a América Latina apresenta-se como um novo recurso para os países importadores num momento em que a guerra está a dizimar a Ucrânia e a congelar as atividades russas. A reabertura da China, importadora e parceira comercial de destaque da região, também beneficiará em grande medida as atividades económicas latino-americanas, como por exemplo no Chile ou no Brasil.
Ao mesmo tempo, as tensões políticas entre a China e os Estados Unidos permitem a outros países regressar à ribalta. Juntamente com as consequências ainda presentes da pandemia, estas tensões levaram à reorganização das cadeias de aprovisionamento, beneficiando os países sul-americanos e, em particular, o México.
Adicionalmente, a maioria dos bancos centrais destes países demonstraram a sua capacidade de gerir ativamente a inflação. Enquanto a orientação monetária restritiva continua nos países desenvolvidos, determinadas economias latino-americanas estão a dar sinais de abrandamento e deverão fazer parte das primeiras a iniciar um ciclo de descida das taxas de juro dos níveis extremamente elevados atuais.
Neste contexto favorável, e encorajada por melhores bases económicas e uma recuperação do ciclo das matérias-primas, a região pode agora oferecer retornos atrativos em diferentes classes de ativos, desde que disponha da flexibilidade necessária para aproveitar estas oportunidades. Na Carmignac, identificámos nomeadamente dois países nos quais acreditamos que os investidores devem concentrar-se.
O Atrativo do Brasil
Uma verdadeira potência económica, o maior mercado da América Latina tem a oportunidade de tirar partido desta nova ordem geopolítica mundial. Enquanto grande exportador de soja, de minério de ferro e de petróleo, o Brasil contribuiu de forma significativa para o consumo mundial e o seu crescimento em 2022 foi parcialmente impulsionado pelo aumento dos preços das matérias-primas. Esta tendência continua em 2023, embora as suas perspetivas de crescimento tenham sido influenciadas pelo abrandamento económico mundial.
O Brasil também beneficiará da reabertura da China, o seu maior parceiro comercial. De facto, em 2021, a segunda potência económica mundial representou mais de um terço das exportações brasileiras. Esta nova dinâmica poderá beneficiar os mercados de ações do Brasil, que atualmente oferecem avaliações interessantes.
O ciclo de orientação monetária restritiva do Brasil também se encontra bastante avançado, após ter atingido um pico da inflação de 12,1% em abril de 2022 – o nível mais elevado em quase vinte anos – e caído para 5,8% em dezembro de 20222. Embora ainda superior ao alvo do banco central estabelecido em 3,25%, o Brasil poderá ser um dos primeiros países a regressar a uma política mais acomodatícia, apesar de a sua taxa de juro diretora estar estabelecida em 13,75%, proporcionando assim retornos particularmente interessantes aos investidores obrigacionistas:
- Com taxas de rendibilidade a 10 anos de dois dígitos significativamente superiores à dívida dos Estados Unidos, a dívida soberana local brasileira oferece taxas de juro reais muito atrativas – entre as melhores a nível mundial – para os investidores, que também poderão beneficiar de forma tática de uma reavaliação da sua divisa.
- Na qualidade de uma das maiores praças financeiras na América Latina, o Brasil também é o lar de oportunidades de crédito interessantes, tais como a B3, a bolsa de valores brasileira.
A vantagem do México em termos de produção
A economia mexicana deverá crescer 1,7% em 20233, impulsionada principalmente pelo consumo interno e pelo comércio com parceiros importantes, tais como os Estados Unidos.
A política sanitária drástica implementada pelo governo chinês em resposta à crise da Covid-19, bem como as tensões resultantes nas cadeias de produção, afetaram consideravelmente os equilíbrios comerciais em todo o mundo. Para fazer face a estas dificuldades, as principais regiões importadoras, a Europa e, claro, os Estados Unidos, centraram-se em países que estão geograficamente mais próximos para diversificar as suas cadeias de aprovisionamento: é o que se designa por nearshoring. Assim, a Europa relocaliza as suas atividades de produção para a Europa de Leste, ao passo que os Estados Unidos repatriam acentuadamente as suas linhas para o México.
Além da proximidade geográfica, as duas regiões fortaleceram a sua relação ao longo dos anos. Em 2020, os Estados Unidos representaram a principal fonte de investimento direto no estrangeiro (IDE) no México, correspondendo a cerca de 34%4. Os acordos comerciais concedem ao México um acesso preferencial ao mercado norte-americano, tal como o USMCA (United States-Mexico-Canada Agreement), garantindo o comércio livre entre estes países. Paralelamente, as tensões políticas crescentes entre os Estados Unidos e a China apenas amplificaram o fenómeno de nearshoring para o México.
No plano obrigacionista, embora o Banco Central mexicano tenha começado a aumentar as taxas de juro mais tarde do que os outros países emergentes, a sua taxa de juro diretora é agora de 11%. Por conseguinte, a melhoria geral dos seus indicadores fundamentais torna o México um emitente interessante.
No presente contexto, encontramos oportunidades interessantes nos mercados de ações e obrigacionistas mexicanos para tirar partido desta dinâmica:
- Nos mercados de ações, o banco Grupo Banorte tira partido deste fenómeno de nearshoring crescente e proporciona perspetivas de crescimento atrativas num mercado ainda subpenetrado no México.
- Os mercados obrigacionistas oferecem retornos reais muito atrativos, como resultado do combate do Banco Central contra a inflação, nomeadamente na dívida local que proporciona taxas de juro próximas dos dois dígitos a dez anos.
Além dos mercados brasileiro e mexicano, outros países da América Latina beneficiam de um contexto favorável para as suas economias e produzem as matérias-primas necessárias para o consumo mundial. É o caso, por exemplo, do Chile, o principal exportador de cobre a nível mundial e produtor de lítio, que são recursos indispensáveis para a transição energética.
A América Latina não é o único continente a produzir as matérias-primas necessárias a nível mundial: leia o terceiro e último artigo da série sobre os mercados emergentes no próximo mês para saber mais sobre as oportunidades da região emergente da Europa, Médio Oriente e África.
1 Fonte: Index factsheet, MSCI Emerging Markets Latin America Index (USD), a 28/02/2023: https://www.msci.com/documents/10199/5b537e9c-ab98-49e4-88b5-bf0aed926b9b
2 Fonte: ministério da Economia, Boletim económico do Brasil, semana de 5 a 12 de janeiro de 2023.
3 Fonte: FMI 2022
4 Fonte: FMI
5 Fonte: Banxico, fevereiro de 2023
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