TRIBUNA de Nicholas Hancock, analista de Tecnologia, Media e Telecomunicações, e David Older, responsável de Equities, Carmignac. Comentário patrocinado pela Carmignac.
A inflação, o aumento das taxas de juro, as tensões geopolíticas e a ameaça ao crescimento mundial resultante dos confinamentos relacionados com o coronavírus na China têm vindo a pesar sobre a confiança do mercado. Agora que se abre a época de resultados do primeiro trimestre, e considerando que os títulos de crescimento tendem a apresentar uma rentabilidade inferior em períodos de subida de taxas, os investidores procuram indícios de que as empresas tecnológicas mantêm a capacidade de fixar preços, com a qual se poderá responder à inflação mundial crescente.
Com a preocupação com a inflação como pano de fundo, os bons resultados recebem um acolhimento indiferente por parte do mercado, enquanto os maus resultados são punidos. As empresas de crescimento no setor tecnológico integram muitas expectativas de lucros no preço das suas ações, pelo que, mesmo quando os resultados são positivos, se teme uma reação menos positiva do mercado, se houver sinais de desaceleração do crescimento.
Internet de consumo e semicondutores
Contudo, cada subsetor tecnológico apresenta os seus próprios problemas. No caso das empresas de internet de consumo, o principal debate gira em volta da solidez do contexto macroeconómico e da sustentabilidade do crescimento de algumas empresas, favorecidas pela COVID. Os investidores concentram-se na tendência de consumo pós-COVID e tentam discernir o perfil de crescimento adequado após a pandemia de todas as empresas que registaram um crescimento excecional durante aquele período.
No setor dos semicondutores, a situação é delicada devido, em primeiro lugar, às atuais restrições do lado da oferta e, em segundo, ao receio de uma próxima correção cíclica que poderia prejudicar a procura. Isto leva a uma situação na qual se ignoram os resultados fundamentais das empresas de semicondutores, enquanto os investidores antecipam uma correção iminente e procuram indícios para tentarem prevê-la. Por último, a indústria de software parece resistente no complicado contexto atual.
A prioridade ao investir em tecnologia
Por outro lado, os investidores reduziram a sua exposição a setores de crescimento como a tecnologia, uma vez que a inflação elevada provocou a subida das taxas de juro, o que tem um efeito negativo nas valorizações, enquanto as empresas de crescimento a longo prazo tendem a negociar com um prémio. Esta compressão de múltiplos relacionada com as taxas ficou, em grande medida, para trás. Mantemos a prudência quanto às empresas tecnológicas não rentáveis, uma vez que, num contexto de taxas de juro mais elevadas, os investidores não estão dispostos a financiar o crescimento à custa da rentabilidade.
A passagem do setor para um modelo de negócio de subscrição baseado na nuvem confere resiliência e capacidade de fixação de preços, atributos ideais num contexto de aumento da inflação e desaceleração do crescimento. Os múltiplos de software encontram-se abaixo da média dos últimos cinco anos (com base nos rácios PER e EV/Vendas). Contudo, encontramo-nos nos inícios da tendência de transformação digital, uma vez que apenas 10% das despesas das empresas em TI se transferiu para a nuvem, um valor que se prevê triplicar até 2025.
A nossa aposta: o software
As empresas que viram a sua atividade impulsionada durante a crise da COVID poderiam demorar mais de um ano a voltar às taxas de crescimento normais, anteriores ao coronavírus. Os efeitos da reabertura poderão ter-se atrasado devido à variante Omicron, e espera-se que o seu impacto real se manifeste este ano. É provável que a taxa de rotatividade nas plataformas OTT aumente e que a macroeconomia represente um obstáculo.
Em suma, somos cautelosos quanto ao investimento em tecnologia, embora, a apostar em algo no setor, nos inclinemos para o software. Atualmente, o software constitui uma parte importante dos nossos investimentos no setor tecnológico, uma vez que satisfaz muitos dos critérios que procuramos hoje em dia.
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