Olhar além do confinamento: Oportunidades e desafios para os investidores em infraestruturas

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(TRIBUNA de Alex Araujo, gestor do M&G (Lux) Global Listed Infrastructure Fund. Comentário patrocinado pela M&G Investments.)

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As infraestruturas ocupam um lugar importante no tecido da sociedade moderna, e são a espinha dorsal da economia mundial, em períodos bons e maus.

Este setor, tantas vezes resiliente em períodos de declínio, não ficou imune às preocupações com a pandemia do coronavírus. Algumas ações de empresas de infraestruturas, especialmente as relacionadas com transportes e energia, foram apanhadas na venda maciça nos mercados bolsistas em março de 2020.

Apesar de as cotações das ações terem recuperado pelo mundo fora em diferentes graus relativamente aos valores baixos registados no 2.º trimestre de 2020, as políticas que foram implementadas para combater o alastramento do coronavírus têm continuado a afetar as empresas, com ramificações para os investidores no curto prazo, no mínimo. As perspetivas económicas continuam sombrias, e é aí que considero que as empresas de infraestruturas cotadas podem mostrar o seu valor.

Olhando numa perspetiva de mais longo prazo, penso que as oportunidades potenciais que o investimento em infraestruturas representa se mantêm inalteradas, ou até melhoraram. À medida que a transição para uma economia de baixo carbono e digital ganha dinâmica, a necessidade de investimento em infraestruturas novas e melhoradas torna-se mais clara.

Dividendos sob pressão

Os danos à economia provocados pelos confinamentos devido ao vírus à escala global vieram ameaçar a capacidade de muitos diferentes tipos de empresas para pagarem dividendos. Nelas se incluem certas áreas do setor das infraestruturas.

Para as empresas cujas operações foram gravemente afetadas pelo confinamento, como é o caso dos aeroportos, há simplesmente menos rendimento para distribuir aos acionistas. Nesses casos, a suspensão temporária do pagamento de dividendos é, muitas vezes, no interesse dos investidores a longo prazo.

Noutros casos, as empresas optaram por adiar ou reduzir o pagamento de dividendos para manterem liquidez nos seus balanços durante um período de incerteza extrema. Apesar de isto poder ser uma estratégia prudente, cria desafios a curto prazo para quem investe para obter rendimento.

A resiliência das empresas de utilidade pública

Num contexto em que os dividendos estão pressionados em todos os mercados globais, o papel inestimável que as empresas de utilidade pública podem desempenhar numa carteira é inequivocamente claro. Na minha opinião, este setor goza de uma resiliência única entre os setores geradores de rendimento, num momento em que a economia global está a sofrer.

Dada a sua natureza, o setor das empresas de utilidade pública - que inclui empresas de eletricidade, água e resíduos - não tem sido em larga medida afetado pelo declínio económico deste ano. Além disso, estas empresas e os seus ativos de infraestruturas físicas são, muitas vezes, extremamente difíceis de replicar e são de importância crucial para a economia, o que significa que é possível prever fluxos de rendimento futuros com um grau de confiança superior ao da maioria.

Com efeito, num quadro de incerteza económica, é o único setor no mercado de ações dos EUA que registou uma subida das previsões sobre ganhos futuros por parte de analistas em plena pandemia.

Nunca há garantias quando se trata de investir, mas isto vem realçar a forma como as empresas de utilidade pública têm demonstrado ser um reduto de força durante este período difícil. As ações das empresas de utilidade pública tiveram um desempenho melhor do que o do mercado das ações em geral na primeira metade de 2020 e, muito importante, foram muito poucos os cortes no pagamento de dividendos.

O desempenho no passado não é indicativo de desempenho no futuro.

Oportunidades numa "retoma verde"

Olhando para o futuro, as empresas de utilidade pública estão entre os setores das infraestruturas que provavelmente irão beneficiar mais do aumento esperado no investimento público. Pacotes de estímulo fiscal gigantescos, que ascendem a milhares de milhões de dólares dos EUA foram anunciados para estimular o crescimento económico, com os investimentos em infraestruturas no topo da agenda.

Na Europa, a questão da sustentabilidade é fulcral para os planos de retoma. A "Next Generation EU" tem uma política clara de promoção de energias renováveis e transportes limpos, assim como a renovação e a eficiência dos edifícios e infraestruturas para apoiarem uma economia circular.

Os compromissos no sentido do investimento em infraestruturas "mais ecológicas" deverá traduzir-se em ventos favoráveis para as empresas que detêm e desenvolvem ativos físicos, como parques eólicos, parques de energia solar e redes elétricas, todos eles necessários para a transição para um futuro com menos carbono. O mesmo se pode dizer das empresas que detêm infraestruturas digitais, nas quais são necessários mais investimentos para aumentar a conectividade na era digital.

Pode ser difícil manter uma perspetiva a longo prazo quando a conjuntura do mercado é altamente incerta. Mesmo assim, considero que as empresas de infraestruturas expostas a estas mudanças estruturais na economia, e cujos fluxos de rendimento são apoiados pela detenção de ativos de infraestruturas físicas, estão bem colocadas para prosperarem nas próximas décadas.

O valor e rendimento dos ativos do fundo diminuirá e também aumentará, o que fará com que o valor do seu investimento diminua e aumente, e poderá receber menos do que inicialmente investiu.

As opiniões expressas neste documento não devem ser consideradas como sendo uma recomendação, conselho ou previsão. Não nos é possível dar conselhos financeiros. Caso tenha qualquer dúvida sobre a adequação do seu investimento, deverá falar com o seu consultor financeiro.

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