Perguntas e respostas sobre produtos estruturados (I)

Francisco_Carneiro_BPI
Revista Prémio

O que são Produtos Estruturados e para que servem?

Os PE’s são obrigações emitidas por entidades Bancárias, cuja remuneração está dependente da evolução do(s) activo(s) indexante(s).

Essa remuneração é calculada e obtida através de uma série de estruturas diferentes, cujo nome varia de instituição para instituição, e que estão em permanente inovação e adaptação em busca da melhor forma de tirar partido dos mercados financeiros.

Em termos de exposição ao risco, existem três vertentes diferentes. Produtos Estruturados de Capital Seguro, Risco Limitado e Risco Total. Há medida que o investidor se predispõe a arriscar uma maior parte do seu capital, estará também a aumentar o seu ganho potencial.

História dos Produtos Estruturados em Portugal

O nosso País conta já com uma longa tradição neste tipo de produtos e, por incrível que pareça, o investidor Português tem um gosto especial por este tipo de produtos e revela mesmo um perfil bastante arriscado e aberto à inovação.

Para termos uma ideia, nos últimos 10 anos, em Portugal, tivemos à volta de 1500 emissões públicas. O que dá uma média de 150 novos Produtos Estruturados emitidos por ano e sem ter em conta as emissões privadas, que deverão certamente aumentar e muito esta média.

Neste campo de estudo do mercado Nacional, o BPI tem dado um bom contributo com a sua análise mensal dos vários Produtos Estruturados emitidos em Portugal, bem como com através da sua análise de concorrência realizada anualmente no final do 1º trimestre de cada ano.

Investimentos

Estamos a viver tempos desafiantes e é sempre nestas alturas que surgem as boas oportunidades. No último ano tivemos muita actividade no mercado de obrigações, que entretanto tem vindo a abrandar fruto do estreitamento dos 'spreads'. Os mercados de acções, estão também menos líquidos e com variações de volatilidade imprevisíveis fruto do menor número de 'players' activos. Logo mais incertos. Há muito dinheiro parado que espreita uma boa oportunidade de investimento. Importa, portanto, apontar, escolher e construir o veículo certo.

Estamos a ver o seguinte racional: E se há, de facto, uma bolha imobiliária na Austrália? 
Se houver então podemos ter uma clara sobrevalorização dos Bancos Australianos face aos Bancos Europeus a médio prazo. Porquê? Porque neste momento a capitalização bolsista dos Bancos Australianos é igual à capitalização bolsista dos Bancos Europeus. Acontece que a Austrália tem 23 milhões de habitantes, comparados com os 300 milhões da Zona Euro.

Então, se eu acredito neste racional, porque não investir neste ‘spread’ de performance de Bancos Europeus vs Australianos? Se calhar vou fazê-lo.