Tribuna de Ariel Bezalel, gestor da Jupiter Asset Management. Comentário patrocinado pela Jupiter Asset Management.
O fator mais importante a ter em conta quando compõe uma carteira num mundo pós-covid é a flexibilidade. Com tanta incerteza em torno do impacto a longo prazo da pandemia nas economias e nos mercados, é importante construir uma carteira o mais ágil possível.
Embora o crescimento dos mercados desenvolvidos pareça robusto neste momento e as políticas continuem favoráveis, fortes ventos contrários vão soprar sobre a economia global no primeiro semestre do próximo ano. A produção industrial parece ter atingido o seu pico, a massa monetária está a abrandar e a inflação transitória está a prejudicar tanto a procura dos consumidores como as margens de lucro das empresas. Creio que estamos no pico da inflação, ou perto dele, e devemos começar a ver a inflação a desacelerar até 2022. Paralelamente, também prevejo que o impacto de condições fiscais e monetárias mais rígidas e o abrandamento na China funcionem como um grande entrave ao crescimento global.
Portanto, como investidor de Fixed Income, adotei uma estrutura de carteira barbell, repartida entre crédito high yield e exposição a obrigações de dívida pública, para que a minha carteira tenha o equilíbrio certo entre um nível atrativo de rendimento e um nível de risco conservador. Tenho à disposição muitas ferramentas para responder rapidamente às mudanças num mundo cada vez mais incerto.