Aneta Wynimko e Alex Gold explicam as abordagens deste fundo num contexto caraterizado por uma bolsa muito concentrada, elaborando como oferecem aos clientes uma proposta de investimento de elevada convicção e com um active share elevado. Comentário patrocinado pela Fidelity International.
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TRIBUNA de Aneta Wynimko e Alex Gold, gestores do Fidelity Funds Sustainable Demographics Fund. Comentário patrocinado pela Fidelity International.
Num contexto caraterizado por uma liderança muito estreita na bolsa, o foco centrou-se no comportamento relativo das estratégias temáticas. Nesta tribuna, abordamos como a estratégia Fidelity Sustainable Demographics oferece aos clientes uma proposta de investimento de elevada convicção e com um active share elevado, embora com maior amplitude e, consequentemente, um perfil de rentabilidade mais estável do que o oferecido por muitas das suas homólogas de ações temáticas.
1. Investir com uma abordagem temática ajuda-nos a desenvolver um fundo de ações de gestão ativa diferenciado e de elevada convicção
Consideramos que há muito a ganhar ao aplicar uma lente temática à identificação de oportunidades de investimento impulsionadas pelas mudanças demográficas. Investir desta forma equipa-nos com ferramentas para encontrar oportunidades de crescimento estrutural, persistente e a longo prazo em empresas de elevada qualidade que beneficiam de fatores temáticos muito visíveis e menos vulneráveis às mudanças na conjuntura macroeconómica. É claro que a ênfase na pureza temática, ou seja, ter uma ideia clara do que é e não é um vetor demográfico, permite-nos configurar uma carteira de elevada convicção com um active share elevado. A nossa estratégia realiza diversas apostas setoriais que refletem o conjunto de oportunidades que as mudanças demográficas oferecem, o que a diferencia de outras estratégias não temáticas determinadas por um índice de referência e investem em títulos de crescimento de qualidade a escala mundial.
Consideramos que a ênfase da estratégia na pureza temática é um elemento diferenciador fundamental que a distingue das estratégias de crescimento mundiais não temáticas. Embora a temática demográfica seja ampla e no permita investir em diferentes setores, temos uma ideia clara de que títulos não são influenciados pelas mudanças demográficas e em que setores a estratégia estará estruturalmente subponderada, como os bancos dos países desenvolvidos e as empresas de petróleo e gás. Isto diferencia a estratégia de outras mais genéricas que investem em títulos de crescimento e que podem ter apostas setoriais menos claras e, frequentemente, um active share mais baixo.
2. A amplitude das exposições setoriais traduz-se num perfil de rentabilidade mais estável sem pôr em perigo a pureza temática
Embora a estratégia mantenha apostas setoriais claras, a sua exposição absoluta a múltiplas áreas e a sua amplitude face a outros produtos temáticos mais estreitos são traços importantes a ter em conta num contexto em que temos assistido a rotações acentuadas e a uma liderança estreita na bolsa. A estratégia está exposta a áreas com um claro componente demográfico, como os cuidados de saúde e o consumo, mas também a títulos tecnológicos vinculados à crescente necessidade de se melhorar a produtividade à medida que as populações em idade ativa reduzem e a empresas de materiais, pelo papel que estes negócios têm no momento de impulsionar a economia baixa em carbono num mundo em que a população continua a crescer e a elevar a pressão sobre os recursos finitos do planeta.
A exposição setorial da estratégia diversificou com o tempo, e um exemplo disso é a redução do peso relativo dos cuidados de saúde e a maior ponderação das tecnologias da informação, visto que encontramos cada vez mais oportunidades em empresas expostas à temática da eficiência dos recursos e à necessidade de aumentar a produtividade. A exposição a materiais também passou de subponderação face ao índice de referência para uma ponderação neutra em linhas gerais, visto que vemos oportunidades entre os produtores de materiais para a transição, como, por exemplo, as empresas extratoras de cobre.
A exposição setorial da estratégia também está diferenciada face à categoria de fundos de temática demográfica, com um peso absoluto de 30% em tecnologias da informação face aos 11% da categoria de fundos, e um peso absoluto de 23% em cuidados de saúde face aos 31% da categoria de fundos1.
Continuamos a medir a pureza temática em todas as posições da carteira e aspiramos que pelo menos 70% da criação de valor da estratégia seja impulsionada pelos vetores demográficos.
3. Face à sua história, a estratégia mostra agora uma maior resistência aos contextos desfavoráveis do ponto de vista do estilo
O viés de crescimento de qualidade da estratégia faz com que, geralmente, tenha um menor comportamento relativo em mercados em baixa quando os fundamentais determinam as rentabilidades. Por exemplo, em 2020, quando os títulos de elevada qualidade registaram uma evolução positiva durante a fase inicial da pandemia, a estratégia obteve quase dez pontos percentuais de rentabilidade superior durante o ano natural. Concretamente, durante o sucesso de tensão no mercado ocorrido nos meses de fevereiro e março de 2020, a estratégia registou perdas de valor mais baixas do que o índice de referência, os índices de crescimento e qualidade e a categoria de fundos de temática demográfica.
Pelo contrário, a estratégia não se adapta bem a um contexto inflacionista e de taxas de juro em alta, principalmente a um contexto em que os preços da energia subam, dada a sua subponderação estrutural nesta parte do mercado. Também costuma obter piores resultados quando os títulos de crescimento sofrem pessões. Durante o período de perda de valor do mercado compreendido entre setembro de 2021 e setembro de 2022, a sobreponderação da estratégia em tecnologia e o viés favorável à qualidade e ao crescimento traduziram-se numa rentabilidade significativamente inferior à do índice. No entanto, a rentabilidade durante este período esteve muito mais em linha (e, de facto, até ligeiramente melhor) do que a do grupo de fundos de temática demográfica e do índice de crescimento mundial.
A estratégia também pode ter dificuldades num contexto de reflação pró-cíclico em que os mercados recuperam e as ações de perfil value se destacam. Este é o tipo de contexto observado em 2016, quando o resultado das eleições norte-americanas causou uma recuperação dos setores sensíveis às revisões a curto prazo das taxas de crescimento do PIB e a recuperação pró-cíclica do crescimento ocorreu devido aos títulos de crescimento de qualidade, o que fez com que a estratégia obtivesse uma rentabilidade de 13 pontos inferior à do índice de referência.
É animador a análise de cenários indicar que a carteira atual é hoje mais resistente ao tipo de rally reflacionista em que obteve piores resultados ao longo de 2016. Também reduzimos ligeiramente a sensibilidade negativa a um regime de mercado reflacionista durante o ano passado, como demonstram os cenários fatoriais históricos modelados no Bloomberg PORT.
4. A estratégia foca-se na qualidade, pelo que apresenta um viés defensivo, menor volatilidade e maior proteção
A ênfase na qualidade da estratégia faz com que a carteira, no seu conjunto, mostre indicadores de qualidade superiores comparada com o índice de referência, com previsões de ROE e ROIC mais elevadas em 2024, bem como um perfil de crescimento relativo mais sólido, uma menor alavancagem e um ligeiro prémio de valorização. Este prémio de valorização reduziu com o tempo, o que, na nossa opinião, oferece atualmente uma oportunidade de exposição a temáticas a longo prazo que a estratégia oferece a valorizações razoáveis.
O viés defensivo da estratégia fica patente ao observar os indicadores de risco da carteira face ao grupo de fundos de temática demográfica e aos índices mundiais de qualidade e crescimento. Nos últimos cinco anos, a estratégia mostrou uma menor volatilidade e funcionou melhor durante os mercados em baixa, mostrando um rácio de perdas em descidas superior.
Notas
1A categoria de fundos refere-se a um grupo de 32 estratégias de temática demográfica. Trata-se de uma categoria não oficial de ações de temáticas demográficas e não da categoria oficial do fundo, que é o setor EAA Global Large-Cap Growth Equity.