Tudo o que os investidores de ações devem ter em conta para 2022

Alex Tedder Martin Skanber Robert kaynor schroders
Alex Tedder, Martin Skanber e Robert Kaynor. Créditos: Cedida

TRIBUNA de Alex Tedder, responsável de ações globais, Martin Skanberg, gestor de fundos de ações europeias e Robert Kaynor, diretor de ações de empresas de pequena e mediana capitalização de EUA, da Schroders. Comentário patrocinado pela Schroders.

A nova variante do coronavírus, denominada ómnicron, o ritmo crescente dos contágios, a paralização das cadeias de fornecimento e o aumento da inflação são alguns dos fatores que inquietam os investidores a poucos dias de acabar o ano. Com este pano de fundo, lançamos as nossas perspetivas para 2022 para as ações dos principais mercados. Advertisement

Cenário para as ações globais

O aparecimento da variante ómnicron da COVID recordou-nos as incertezas que continuam a existir em torno da pandemia. Apesar disso, esperamos que 2022 seja outro ano de crescimento positivo, já que a economia mundial continua a sua recuperação. Para além disso, alguns dos desafios que estamos a enfrentar atenuar-se-ão ao longo do próximo ano. Por exemplo, acreditamos que os atrasos na cadeia de fornecimento irão reduzir-se, como aconteceu noutros períodos da história.

Também devemos ver uma moderação do crescimento da inflação, à medida que o impulso económico esfrie e o apoio monetário e fiscal em resposta à pandemia vá diminuindo. Embora provavelmente haja que esperar o segundo semestre do ano para confirmar que o seu aumento foi algo temporário.

Neste contexto, existem claros riscos para as ações no próximo ano, especialmente porque as valorizações são relativamente elevadas (sobretudo nos EUA), mas também o são as oportunidades. Por isso, os investidores devem ser muito seletivos e enfocar-se naquelas empresas que sejam capazes de fixar preços, já que acreditamos que será um fator chave nos próximos 12-24 meses. Desta forma, há uma série de fatores estruturais que continuarão a reforçar as oportunidades de investimento que oferecem algumas megatendências. Por exemplo, a sustentabilidade na alimentação e água, as mudanças climáticas, a transição energética, as mudanças demográficas, a inovação da saúde, a digitalização, a automatização e a urbanização estão a aumentar a sua relevância exponencialmente. Convidamo-lo a consultar mais informação sobre as perspetivas e oportunidades de investimento em ações e temática global de 2022 clicando aqui.

Perspetivas e oportunidades de investimento nas ações de EUA

A economia norte-americana está a crescer a um ritmo estruturalmente maior do que antes da COVID-19, impulsionada pelo gasto dos consumidores, os investimentos públicos em infraestruturas e o gasto de capital das empresas. É que, o crescimento do capex que está a acontecer nos EUA é digno de menção, já que há vários anos que as empresas não tinham confiança para investir capital a longo prazo. Com isso, as empresas poderão conseguir um maior crescimento de receitas e as que podem manter as suas margens de lucro serão as claras vencedoras. No entanto, uma possível variação no ciclo de taxas de juro, como resposta a uma maior inflação, colocarão à prova algumas valorizações que parecem elevadas para empresas de grande capitalização. Por isso, dentro do mercado de ações norte-americanas vemos claras oportunidades nas empresas de pequena e média capitalização norte-americanas. Este segmento de mercado está preparado para conseguir um crescimento dos lucros em 2022 superior. Para além disso, o maior alcance e diversificação de mercado de PME oferecerá mais possibilidades para obter maiores rentabilidades. Para saber mais sobre as perspetivas sobre ações norte-americanas, consulte o relatório completo aqui.

Perspetivas e oportunidades de investimento em ações europeias

A solidez da procura continuará a impulsionar as ações da zona euro com vista a 2022. Para além disso, a Europa começará o ano com grande força em termos de procura. Os lucros corporativos dispararam e avizinha-se uma onda de investimentos à medida que as empresas reconfiguram as suas cadeias de fornecimento e apostam em tecnologias sustentáveis. No entanto, não haverá que perder de vista os riscos. Existe a possibilidade de que haja um incremento da inflação, taxas de juro mais altas e um panorama de investimento potencialmente muito diferente, especialmente no final de ano.

Tendo em conta este cenário, a Europa está bem posicionada para se beneficiar da tendência para a deslocalização das cadeias de fornecimento, o que favorecerá o setor dos bens de equipamento - fabricantes de maquinaria, ferramentas e outros ativos utilizados no processo de produção. Também estão líderes tecnológicos, entre os que se destacam as empresas de semicondutores. Por seu lado, os títulos financeiros, e especialmente os bancários, tendem a sair-se bem quando a inflação e as taxas de juro sobem, já que lhes permite revalorizar os empréstimos. No entanto, os títulos orientados para o consumo poderão ver-se afetados se os incrementos salariais não conseguem compensar a subida da inflação. Aqui pode consultar a visão completa da equipa da Schroders para as ações europeias.

Tudo isto recorda-nos, uma vez mais, a importância de diversificar as carteiras e, se possível, ser ainda mais seletivos na hora de investir, seja qual for o mercado.

Feliz 2022 e prósperos investimentos!