Tudo o que precisa de saber sobre a volatilidade dos mercados

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fpradoe, Flickr, Creative Commons

(Este artigo de opinião é da autoria da Golden Wealth Management. Consulte este e outros artigos no blogue da Golden Wealth Management)

Em Química, a volatilidade de um material é definida pela facilidade com que uma substância, a uma dada temperatura e pressão, passa para o estado gasoso. A passagem para o estado gasoso de uma substância depende do aumento ou diminuição da pressão ou temperatura. Por exemplo, o aumento da temperatura origina uma maior oscilação das partículas que constituem dada substância, o que faz com que estas se afastem cada vez mais uma das outras, o que leva à mudança de estado físico. Logo, a facilidade com que uma substância muda para o estado gasoso corresponde à suscetibilidade da agitação das partículas ao aumento da temperatura ou à diminuição da pressão.

Em Finanças, a volatilidade pode ser medida ou calculada de várias formas. Uma das alternativas implica calcular o desvio padrão histórico dos retornos de um determinado ativo, que de forma muito simples mede quanto é que o retorno desvia da média, para um dado período. O Beta pode também ser utilizado como uma medida de volatilidade relativa. Um instrumento com Beta superior a 1 tem uma variação de retornos superior à do mercado. Por oposição, um instrumento com Beta inferior a 1 tem uma variação de retornos menor que a do benchmark. Ainda na mesma toada, o VIX (Volatility Index), é um barómetro de volatilidade bastante conhecido pelos investidores, cujo cálculo assenta na volatilidade implícita de opções sobre o índice do S&P 500

Caso geral, a volatilidade não é a melhor amiga do comum investidor. No entanto existem instrumentos e estratégias capazes de capitalizar aumentos de volatilidade. Um dos instrumentos mais conhecidos para esse feito são as opções. Basicamente, uma opção representa o direito, e não a obrigação, de comprar (call) ou vender (put) o ativo subjacente a um preço estipulado numa data de maturidade, no caso de uma opção europeia, ou até uma data de maturidade, no caso de uma opção americana.

E porque é que é uma opção valiosa em momentos de volatilidade elevada?

Porque em períodos de turbulência existe uma maior probabilidade de a opção estar in the money, isto é, períodos em que a diferença entre o strike price (o preço fixo em que o proprietário da opção pode comprar ou vender o ativo subjacente) e o preço do ativo subjacente seja favorável a quem seja o dono da opção. 

No caso de uma call, isto acontece quando o strike price é menor que o preço do subjacente, o que significa que o ativo vai ser comprado por um preço menor que o preço de mercado. No caso de uma put, a situação descrita previamente acontece quando o strike price é maior que o preço do subjacente, o que significa que o ativo vai ser vendido por um preço superior ao preço de mercado.

No entanto, é útil lembrar que a volatilidade representa todos os movimentos de preços, tanto os ascendentes como os descendentes. Existem, porém, combinações de opções que permitem rentabilizar movimentos extremos de preços que ocorrem em ambas as direções. Como exemplo dessas estratégias temos a long straddle e a long strangle.

long straddle é composta por uma posição longa numa put e uma posição longa numa call sobre o mesmo subjacente e com a mesma maturidade, em que o strike price da put é igual ao strike price da call. Como pode ser observado no seguinte gráfico, esta estratégia é rentável a partir do ponto onde a variação do preço do subjacente é superior, em ambas as direções, aos prémios pagos pelas opções.

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Outra estratégia que também permite rentabilizar movimentos bruscos nos preços é a long strangle que é composta por uma posição longa numa put e uma posição longa numa call sobre o mesmo subjacente e com a mesma maturidade, em que o strike price da put é inferior ao strike price da call. Como pode ser observado no gráfico abaixo, a estratégia é também rentável a partir do ponto em que a variação do preço do subjacente seja superior aos prémios pagos pelas opções.

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Portanto qual a diferença entre estas duas estratégias: long straddle e long strangle?

A diferença está associada ao custo de cada estratégia. Como a strangle tem em comparação com a straddle uma put com um strike mais baixo e/ou uma call com um strike mais alto, os custos associados à strangle são menores visto que quanto menor o strike price de uma put menor é o seu preço e que quanto maior o strike price de uma call menor é o seu preço, o que faz com que uma straddle tenha um custo menor que uma strangle.

Consulte este e outros artigos no blogue da Golden Wealth Management.

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