Leonardo Fernández faz uma análise macroeconómica e identifica onde se encaixa o crédito no atual contexto, mais concretamente, o crédito europeu investment grade. Comentário patrocinado pela Schroders.
TRIBUNA de Leonardo Fernández, diretor-geral para Portugal e Espanha da Schroders. Comentário patrocinado pela Schroders.
A inflação e o crescimento estão a perder força, e a maioria dos bancos centrais, na nossa opinião, estão chegar ao fim, ou já concluíram, os seus ciclos de subidas de taxas, pelo que nos encontramos num momento em que, tradicionalmente, investir em obrigações tem oferecido a maior recompensa.
Nem os altos níveis de inflação impediram as yields das obrigações de maior qualidade, tanto reais como nominais, de se situarem em máximos nos últimos 15 anos. Isto faz com que pareçam baratas, tanto em termos absolutos como em relação com outras classes de ativos, sobretudo face às ações, em que há anos que não víamos a yield acima do dividendo.
De facto, apesar do contexto complexo que navegamos, a aterragem forçada que os economistas previam para algumas zonas da economia global acabou por não ocorrer. E mais, o sentimento do mercado melhorou perante a perspetiva das primeiras descidas de taxas este ano, enquanto se abre caminho para a tese de aterragem suave.
Onde se encaixa o crédito neste cenário?
O mercado de crédito teve um final de ano muito bom. Novembro e dezembro foram meses positivos para os mercados de obrigações, que tiveram um forte rally com a crescente confiança de que o ciclo de subidas de taxas dos maiores bancos centrais tinha chegado aos seus níveis mais altos. Ainda assim, as valorizações continuam atrativas face à história.
Dentro do crédito, encontramos razões para estarmos positivos, sobretudo quanto ao crédito europeu investment grade. Em primeiro lugar, devido à predisposição do Banco Central Europeu em baixar as taxas de juro, agora que a inflação está mais controlada e com um crescimento económico mais débil, mas positivo. Isto cria um panorama favorável para o crédito e um potencial de ganhos pela revalorização do capital.
Em segundo lugar, estão a ser incentivadas medidas a favor dos detentores de obrigações. A subida das taxas aumentou o custo de financiamento, sobretudo em comparação com a década passada, transferindo o valor económico dos acionistas para os obrigacionistas. Desta forma, as empresas são incentivadas a reduzir a sua dívida, custos e investimentos, visto que uma grande parte do seu fluxo de caixa é destinado aos obrigacionistas. Isto irá aumentar a dispersão do mercado, proporcionando um cenário rentável para os investidores ativos que sejam capazes de selecionar as melhores empresas.
Por último, as valorizações encontram-se em níveis que podem favorecer o crédito europeu. Continuam atrativas, apesar do bom comportamento de 2023, visto que os retornos e os spreads não baixaram substancialmente desde os elevados níveis dos quais saímos.
O que traz o crédito europeu investment grade às carteiras?
O mercado de investment grade europeu, mais barato face a outros mercados regionais de crédito investment grade, vai continuar a oferecer rentabilidades atrativas em termos absolutos e relativos em 2024. Além disso, esta tipologia de crédito tem a virtude de atuar como amortecedor face à volatilidade futura, bem como diversificador nas carteiras de investimento, pelo que é especialmente interessante num contexto como o atual.
Para aproveitar esta oportunidade, na Schroders, temos o Schroder ISF* EURO Corporate Bond, um veículo de investimento cuja carteira é composta por obrigações denominadas em euros emitidas por empresas de todo o mundo, ainda que com um foco especial na Europa, e que integra caraterísticas ecológicas e sociais na sua gestão, para aproveitar o momento ideal que o mercado de crédito oferece.