Representa 16% das suas carteiras face aos 12% do ano anterior. Desta forma, a confiança na gestão ativa como forma de diversificar carteiras aumentou, e a IA lidera nos temas de investimento.
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As carteiras dos family offices têm a maior alocação a obrigações de mercados desenvolvidos dos últimos cinco anos, com 16% das suas carteiras no final de 2023 face aos 12% do ano anterior. Desta forma, a confiança na gestão ativa como forma de diversificar carteiras aumentou, e a IA lidera nos temas de investimento. Por seu lado, os investimentos alternativos continuam a representar uma parte significativa das carteiras, proporcionando uma fonte adicional de diversificação e rentabilidade.
Estas são algumas das principais conclusões retiradas do relatório global sobre family offices em 2024 publicado pela UBS AM. O estudo recolheu informação de 320 destes veículos individuais em sete regiões do mundo. No total, representam famílias com um património líquido médio de 2.600 milhões de dólares e englobam mais de 600.000 milhões de dólares em capital.
De facto, estas famílias investem 58% das suas carteiras em ativos tradicionais e 42% em alternativos. No primeiro conjunto, têm 19% em obrigações, 28% em ações e 10% em liquidez, enquanto o segundo conjunto subdivide-se em 22% em private equity, 10% em real estate, 5% em hedge funds e 2% em private debt.
As principais mudanças que estão a realizar nas suas carteiras podem resumir-se em quatro pontos.
Carteiras mais equilibradas enviesadas para os EUA
O relatório de 2024 mostra que as carteiras dos family offices recuperaram um maior equilíbrio entre obrigações e ações. Na UBS AM acreditam que “esta tendência deve-se provavelmente à vontade de se adaptarem a um contexto mundial de inflação moderada e taxas de juro descendentes”, e “parece refletir as elevadas rentabilidades das obrigações, sendo coerente com as mudanças que o relatório do ano passado previa”.
Em média, os family offices mantiveram as maiores alocações regionais nos EUA (50%), mais de um quarto (27%) na Europa ocidental e 17% na Ásia-Pacífico ou na China e a sua área de influência. Face ao futuro, os EUA e a Ásia-Pacífico (ex-China e a sua área de influência) serão os principais destinos das novas alocações, visto que mais de um terço prevê aumentá-las a estas regiões nos próximos cinco anos (38% e 35%, respetivamente).
A IA generativa é a principal temática de investimento
Tal como as carteiras equilibradas, a gestão ativa também parece estar de novo na moda. “Num contexto de rápida mudança tecnológica, de expetativas de taxas e crescimento desigual em mudança, a maior dispersão dos retornos representa oportunidades de gestão ativa”, apostam na entidade suíça.
Assim, quase quatro em cada dez (39%) family offices a nível mundial afirmam que, atualmente, confiam mais na seleção de gestores ou na gestão ativa para melhorar a diversificação da carteira, mais 4% em relação a 2023. Quanto aos investimentos alternativos, um terço (33%) deles recorre a hedge funds para se diversificarem.
De uma perspetiva temática, a IA generativa é o tema de investimento mais popular, visto que mais de três quartos (78%) afirmam que é provável ser uma área de investimento nos próximos dois ou três anos.
Preocupados com a geopolítica e a inflação
Embora as economias pareçam estar a estabilizar-se, a geopolítica é a principal preocupação dos family offices, seguida das alterações climáticas a médio prazo. Numa perspetiva de 12 meses, 58% preocupa-se com a possibilidade de um conflito geopolítico em grande escala. O facto de os bancos centrais baixarem apenas lentamente as taxas de juro também parece ser um fator inquietante, visto que 37% deles afirmam estar preocupados com a subida das taxas de juro, e 39% com a inflação mais elevada.
Quando lhes é pedido que olhem para um horizonte de cinco anos, as preocupações a longo prazo tornam-se mais evidentes. Embora os conflitos geopolíticos continuem a ser a principal preocupação (62%), quase metade (49%) sente-se inquieta com as alterações climáticas, e quase a mesma percentagem (48%) com uma crise da dívida num momento em que os países ocidentais sofrem elevados níveis de dívida pública que poderão parecer insustentáveis.
Mais sofisticação
A sustentabilidade está-se a tornar um tema cada vez mais importante que afeta não só as carteiras de investimento como também as perspetivas a longo prazo das empresas em funcionamento. Mais de metade (57%) dos family offices com um negócio operacional já tem em conta considerações de sustentabilidade ou tem previsto incorporá-las no futuro. À medida que o tema da sustentabilidade amadurece, estas famílias precisam de mais informação e consultoria. Segundo 37% dos inquiridos, uma melhor análise de dados para medir o impacto dos investimentos e/ou das operações empresariais ajudaria a alcançar os objetivos de sustentabilidade e/ou impacto.