Os fundos de ações Portugal em 2016

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-ko-ko-, Flickr, Creative Commons

A definição por parte da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP) é clara: a categoria dos fundos de ações nacionais engloba os “fundos de ações que investem mais de 80% da carteira em acções emitidas por empresas portuguesas, sendo que os activos são exclusivamente denominados em euro”. Com esta definição, a Associação encontra seis fundos, entre as entidades gestoras que lhe são associadas.

O ano tem sido complicado para os fundos de ações. Por exemplo, o índice MSCI World regista, em euros, uma rendibilidade de 0,77%; enquanto que o MSCI Europe atinge uma queda superior a 6%. Já o principal índice bolsista português, o PSI-20, está ‘pintado a vermelho’ ao longo de 2016, com a queda a situar-se em 12,4%, segundo os dados publicados pela CMVM, com a volatilidade acumulada no ano a ser de 21,60%.

O comportamento dos fundos Portugal

Dos seis fundos analisados, metade regista um melhor desempenho do que o PSI-20. O que regista melhor resultado ao longo de 2016 é o fundo gerido pela Caixagest: o Caixagest Acções Portugal. Ao longo dos primeiros dez meses do ano, o comportamento deste fundo é de -9,62%, sendo seguido de um fundo da Santander Asset Management: o Santander Acções Portugal, que atinge uma evolução ao longo dos primeiros dez meses do ano de -9,8%.

O Banif Acções Portugal, gerido por Miguel Moedas da Banif Gestão de Activos é o outro fundo com um resultado melhor do que aquele que foi registado pelo PSI20, com a rendibilidade a situar-se em -10,19%.

E o risco?

Nos investimentos, não se pode dissociar a rendibilidade do risco. Em termos de volatilidade, a média dos seis fundos de ações nacionais é praticamente a mesma da registada pelo PSI20: nos fundos de ações Portugal a média situa-se em 21,3% enquanto que no PSI20 foi de 21,6% ao longo dos primeiros dez meses de 2016.

Se fizermos a mesma análise para a rendibilidade, verificamos que os seis fundos de ações, em termos médios, atingem uma rendibilidade melhor do que a atingida pelo índice bolsista nacional: -12,26% na média dos produtos contra os -12,45% atingido pelo índice.

A importante gestão ativa

No início do ano, os gestores destes fundos foram questionados sobre a importância da gestão ativa ao longo dos últimos cinco anos. Nessa altura, Miguel Moedas, gestor do Banif Acções Portugal da Banif Gestão de Activos, explicava que a “liberdade que a gestão ativa consente na escolha das melhores empresas contribuiu largamente para que os fundos de ações nacionais obtivessem melhores rendibilidades quando comparados com o seu benchmark”, nos últimos cinco anos.

Hugo Custódio, responsável da GNB Gestão de Ativos pelo fundo NB Portugal Ações, afirma que “a importância de uma gestão ativa é enorme. O know-how acumulado e a proximidade com as empresas e analistas nacionais é determinante”.

Rendibilidade e Volatilidade nos fundos de ações Portugal e PSI-20, em 2016

Rendibilidade e Risco Fundos Portugal 2016

Fonte: APFIPP e CMVM no final de outubro de 2016