Os fundos de alocação mais rentáveis de 2021

No papel, os fundos mistos (alocação) podem ter o melhor dos dois mundos: proteger-se com obrigações em períodos de queda e capturar as subidas do mercado de ações. Na prática, as obrigações perderam não apenas o seu potencial de rendimento com a redução das taxas de juros, mas também, para muitos gestores, o seu papel como ativos de refúgio. Assim, não surpreende que as primeiras posições do ranking de rentabilidade de 2021 sejam dominadas por estratégias com perfil mais agressivo . Dos 20 fundos mistos de gestores internacionais mais rentáveis ​​em 2021, nove são categorizados como Agressive Allocation.

Como todos os anos, revemos os fundos das gestoras internacionais mais rentáveis ​​de 2021. Neste artigo vamos focar-nos nos fundos mistos (alocação) que tiveram o melhor desempenho em 2021, em euros. É um exercício que nos permite desvendar os fatores que movimentaram os mercados ao invés de uma tentativa de julgar a qualidade da gestão. Principalmente num período tão curto. Dito isto, é uma análise que revela tendências interessantes.

Mistos agressivos: ações para compensar as obrigações

No caso dos fundos de alocação, a manchete que 2021 nos deixa é que era preciso assumir maior risco para obter maior rentabilidade. Como podemos ver, os mistos agressivos predominam entre os mais rentáveis.

O Leo Portfolios SIF Flexible MFW Equities (+48,09%) foi o fundo mais rentável em 2021 e tem um caráter português. O fundo é gerido pelo MFW, um multi family office que Jorge Jardim Gonçalves e José António de Mello descreviam à FundsPeople em 2020 e que tem a responsabilidade de gerir o fundo de alocação que melhor retorno proporcionou no ano passado.

Os profissionais diziam então, que o Flexible MFW Equities é o fundo onde a entidade britânica canaliza as suas convicções na gestão de ações.  Está, segundo Jorge Jardim Gonçalves, e em linha com a restante abordagem de gestão de carteiras, orientado para o investimento em ações de players globais de mercados desenvolvidos que sejam vencedores de longo-prazo. É um fundo que pode gerir a sua exposição ao risco acionista de forma bastante flexível, mas que tem estado essencialmente exposto a esse risco, “salvo em alguns momentos de elevada volatilidade, em que se diminuiu temporariamente a exposição dos nossos clientes pelos níveis de volatilidade que na altura se consideraram excessivos”.

O segundo fundo do ranking é o Allianz Dynamic Multi Asset Strategy SRI 75 (+ 31,88%) da Allianz Global Investors. O fundo é uma das estratégias geridas pela equipa Allianz GI Multi-Asset, liderada por Marcus Stahlhacke. Uma das qualidades que se destacam da Morningstar é a flexibilidade da sua alocação a ações (pode ir de 25 a 100%), que dependerá da visão de risco da equipa. Desde 2019, o fundo conta com um enfoque ESG best in class.

A fechar o trio líder, está o Polar Capital Income Opportunities, um fundo multiativos da Polar Capital que tem também como mínimo a alocação a 25% de ações. Os dados mais recentes da Morningstar mostram que esta classe de ativos abarcava cerca de metade da carteira.