Os fundos mistos recomendados pelas gestoras internacionais para 2025

"Acreditamos que uma opção interessante é o abrdn SICAV I - Diversified Income Fund, um fundo multiativos conservador com alternativas líquidas e liquidez diária", começa por explicar Álvaro Antón Luna, responsável da abrdn para a Península Ibérica.

"Trata-se de uma proposta diferente e inovadora em relação à concorrência, pois democratiza o investimento em ativos reais ou mercados privados, até agora apenas disponível para investidores institucionais. Trata-se de um fundo universal que protege o capital através da diversificação e da geração de liquidez a partir das suas participações. Além disso, acrescenta valor através dos seus investimentos na economia real, gerando cash flows e protegendo contra a inflação", comenta.

Em suma, o que distingue este fundo de um fundo multiativos mais tradicional é que as alternativas líquidas oferecem uma proteção natural contra a inflação (80% da carteira) e a subida das taxas de juro (20% da carteira), bem como uma boa diversificação em ativos que não são facilmente investíveis pelo público em geral. Por último, tem um objetivo de tesouraria de +5% ao longo de ciclos de 5 anos, com uma volatilidade consideravelmente inferior à das ações.

Romualdo Trancho, diretor de Desenvolvimento de Negócio para Portugal e Espanha da Allianz GI, aposta na gama Allianz Dynamic Multi-Asset Strategy (DMAS) SRI 15 / 30 / 50 / 75. Esta família de fundos investe numa vasta gama de classes de ativos, concentrando-se em ações e obrigações globais. A gestão de todos estes quatro fundos segue uma estratégia de investimento sustentável e responsável (estratégia ISR), que tem em conta os critérios ambientais, sociais e de governança.

"O Allianz Dynamic Multi Asset Strategy SRI 15/30/50/75 constitui uma solução multiativa por via de uma estratégia de gestão ativa com critérios de investimento sustentável e diversificada, que combina ações e obrigações globais com outras classes de ativos com potencial para gerar retornos adicionais", explica o profissional. O objetivo é proporcionar uma solução flexível e dinâmica para ajudar a satisfazer as necessidades dos investidores com diferentes perfis de risco (defensivo, moderado, equilibrado orientado para o crescimento). Segundo Romualdo Trancho, investir no Allianz Dynamic Multi Asset Strategy SRI 15/30/50/75 "oferece uma diversificação significativa graças ao seu elevado grau de liberdade no uso de oportunidades de investimento em todo o universo de investimento com uma abordagem núcleo/satélite". A estratégia procura mitigar os picos de volatilidade, adaptando-se às diferentes condições do mercado.

"Além de ser uma solução de investimento responsável, enquadrada no artigo 8.º do Regulamento de Divulgação de Finanças Sustentáveis ​​(SFDR), apresenta um potencial de rendimento acima da média de ações a longo prazo, que pode ser melhorado através da adição de ativos de mercados emergentes e de obrigações de rendimento elevado, e ainda um foco muito claro em empresas e instituições que tentam alcançar a sustentabilidade", comenta.

Marta Marín, CEO da Amundi Iberia, volta a destacar este ano o First Eagle Amundi International Fund, um fundo multiativos com uma abordagem value e mais de 25 anos de experiência comprovada. Trata-se de uma solução de gestão de ativos de global value que procura proporcionar um desempenho consistente a longo prazo e preservar o poder de compra do capital ao longo do tempo.

Este fundo combina uma estratégia value com a flexibilidade de beneficiar de oportunidades de investimento em todo o mundo, sem estar limitado por índices de referência, restrições geográficas, setoriais ou de capitalização. Tem uma posição em cash e equivalentes residual da seleção de títulos e como poder de compra diferido. É também uma das suas caraterísticas gerir uma posição estrutural em ouro como cobertura.

A equipa de gestão investe a longo prazo com uma margem de segurança, quando as empresas estão a negociar abaixo do seu valor intrínseco estimado, para minimizar o risco de queda e captar o potencial de subida do título.

Na categoria de multiativos, André Themudo, responsável de negócio em Portugal na BlackRock , repete a escolha com um dos fundos mistos de referência no mercado ibérico: o BGF Global Allocation Fund, liderado por Rick Rieder, Global Fixed Income CIO e Head of Global Allocation Investments da BlackRock.

É uma solução de investimento mista concebida para maximizar o retorno total através de uma alocação flexível e diversificada, com o objetivo de proporcionar ao investidor um perfil de volatilidade controlado, minimizando as quedas do mercado, com a capacidade de adaptar a carteira de acordo com o contexto do mercado. A sua filosofia assenta em três pilares: flexibilidade, diversificação e gestão ativa do risco. Com isto, pretende oferecer um equilíbrio entre retornos considerados competitivas e um menor nível de volatilidade quando comparado com uma carteira de ações.

“O fundo posiciona-se como uma boa opção de núcleo para uma carteira, ou como uma ferramenta de transição para um investidor totalmente investido em rendimento fixo que pretende aumentar gradualmente a sua posição em ações”, diz Megías.

Em carteiras moderadas, Ralph Elder, diretor-geral para a Península Ibérica e América Latina da BNY Investments, propõe que se continue com ideias flexíveis, mas, neste caso, com um universo de investimento que inclui não só obrigações, como todos os ativos líquidos. Estes fundos têm uma volatilidade e objetivos mais elevados, mas, mais uma vez, oferecem formas inovadoras de diversificar o risco e proteger o capital. Assim, destaca a estratégia Global Real Return.

O BNY Mellon Global Real Return é um fundo multiativos gerido pela Newton com um track record desde 2004. Tem um objetivo de retorno de euribor de +4%, bruto e anualizado, com um horizonte de investimento de três e cinco anos. Procura uma volatilidade intermédia entre obrigações e ações, com ênfase na preservação de capital. 

O fundo, com Rating FundsPeople 2024, é constituído por uma carteira flexível composta por duas camadas: uma que procura rentabilidade (ações, crédito, governos emergentes, infraestruturas e matérias-primas) e outra que tem como objetivo estabilizar a carteira principal (governos desenvolvidos, divisas, liquidez, coberturas de ações, ouro, prémio de risco). A sua equipa de gestão identifica tendências estruturais e disruptivas na economia e elabora a visão macroeconómica da casa, apoiada por analistas setoriais globais que geram as ideias bottom-up. 

“Atualmente, vivemos num mundo turbulento, com uma crescente incerteza em relação aos riscos geopolíticos. Isto significa que os nossos clientes podem querer procurar uma estratégia mista relativamente simples que possa oferecer estabilidade ao longo do tempo”, afirma César Ozaeta, diretor de Desenvolvimento de Negócio para Espanha e Portugal da Capital Group. Neste sentido, destacam o Capital Group Global Allocation para 2025, uma vez que foi concebido para oferecer um equilíbrio entre crescimento, preservação de capital e rendimento ao longo do tempo, o que o torna adequado para investidores que perseguem múltiplos objetivos. 

Este fundo com Rating FundsPeople 2024 está posicionado para abordar as oportunidades e os desafios a curto e longo prazo através da exposição a empresas/emitentes com um forte potencial de crescimento dos lucros e dos dividendos, bem como a empresas/emitentes com um forte poder de fixação de preços para combater a inflação. Desde o seu lançamento a 31 de janeiro de 2014, o fundo superou o índice MSCI All Country World em alturas em que este caiu mais de 10%.

A parte das ações da carteira costuma ter um perfil de crescimento e rendimento, procurando proporcionar crescimento do capital a longo prazo, impulsionado por fundamentais sólidos. 

A exposição a obrigações tende a ser essencialmente constituída por obrigações de elevada qualidade com investment grade e dívida soberana de elevada qualidade, procurando proporcionar uma maior proteção contra as quedas e beneficiando atualmente de yields mais elevadas, o que significa que os investidores podem desfrutar de rendimentos relativamente atrativos sem assumir um risco excessivo. A dívida soberana também tem normalmente uma menor correlação com as ações, pelo que oferece vantagens de diversificação. 

“A atenção prestada à gestão da duração e ao posicionamento da curva de yields pode proporcionar alguma mitigação do risco em torno da possibilidade de novas subidas de taxas, ao mesmo tempo que antecipa uma inclinação da curva de yields caso a Fed decida reduzir as taxas”, acrescenta. O fundo também tem a flexibilidade de investir em obrigações indexados à inflação para ajudar a defender-se contra a inflação.

Para 2025, Ramón Carrasco, responsável de Desenvolvimento de Negócio da Carmignac, repete a escolha do ano passado: o Carmignac Portfolio Patrimoine. 

Este é m fundo diversificado que explora três fatores determinantes do desempenho: obrigações internacionais, ações internacionais e divisas. Pelo menos 40% dos seus ativos estão permanentemente investidos em produtos de rendimento fixo e instrumentos do mercado monetário. A sua alocação flexível visa atenuar a flutuação do capital enquanto procura fontes de rendimento. Este fundo tem classificação Artigo 8º da SFDR.

“Na DWS temos uma das equipas multiativos mais com uma abordagem de retorno total mais completas e diferenciadas do mercado. Além dos gestores que fazem parte de cada fundo, temos uma equipa de riscos que nos permite ter um grande controlo da volatilidade e conseguir binómios retorno-risco muito atrativos”, afirma Mariano Arenillas, responsável da DWS para a Península Ibérica. 

Da sua gama de fundos Multi Asset Total Return, o profissional destaca o DWS Invest Conservative Opportunities, um fundo multiativos de retorno total com um perfil defensivo e sem índice de referência e que, em 2024, conta com o Rating FundsPeople. Sob a gestão de Thomas Graby, tem como objetivo otimizar o retorno por unidade de riscos, investindo em ações, obrigações, divisas, ouro e outros ativos. 

A gestão do risco é uma parte integral do processo de investimento e é conseguida através de um objetivo de volatilidade a cinco anos entre 2% e 5% (sem garantia). “A adaptabilidade do fundo, a experiência e a fiabilidade demonstrada da equipa, bem como o controlo rigoroso dos riscos, fazem deste fundo uma grande opção para os investidores conservadores que pretendem obter um binómio retorno-risco atrativo”, afirma.

Atualmente, tem uma posição de 60% em obrigações (dividida entre ~36% em obrigações corporativas e ~25% em obrigações governamentais) e cerca de 15% em ações. Além disso, apostam no ouro como ativo refúgio, com uma posição de 11,50% da carteira. Também têm vindo a aumentar a duração da parte das obrigações ao longo dos últimos meses, atingindo cerca de sete anos. Mais de metade da carteira de obrigações está posicionada em obrigações investment grade e a equipa acredita que os spreads da dívida high yield estão muito ajustados para valerem a pena. 

Para a categoria de mistos, Fernando Fernández-Bravo, head of Active Distribution Iberia na Invesco, também destaca um fundo de geração de rendimentos da entidade: o Invesco Global Income Fund. 

Este fundo misto investe em obrigações e ações a nível global, de modo a que a equipa de gestão possa aproveitar as oportunidades que identifica em cada momento a nível globlal, sem limitações setoriais nem regionais. Tradicionalmente, a parte das ações representa cerca de 40% da carteira. 

A abordagem é flexível e pragmática, com o objetivo de gerar rendimento. A gestão é ativa tanto em crédito como em duração (atualmente cerca de 2,5 anos), com ênfase na obtenção de níveis de rendimento atrativos; a atual yield da carteira é de 4,6%. A carteira de obrigações do fundo é diversificada em liquidez, dívida soberana e corporativa, tanto de investment grade como de high yield. O fundo supera consistentemente o seu grupo de pares, estando no primeiro decil em rentabilidade em todos os horizontes temporais (YTD e a um, três e cinco anos).

Em multiativos, a seleção de Javier Dorado, diretor-geral da J.P. Morgan AM para Espanha e Portugal, não podia deixar de ser o seu principal fundo na categoria: o JPMorgan Investment Funds - Global Income Fund. 

Este multiativo global com Rating FundsPeople 2024 tem como objetivo gerar um rendimento atrativo e consistente. A equipa gestora investe de forma diversificada numa ampla gama de ativos com o objetivo de captar as melhores oportunidades de rendimento a nível mundial. Através este fundo, procura-se participar na distribuição de rendimentos, mas também no potencial de revalorização dos ativos em que está investido. 

É um fundo realmente diversificado, tanto regionalmente como por classe de ativos. O JPM Global Income já conta com mais de 10 anos de história e durante todos este período tem distribuído trimestralmente e de forma consistente um dividendo de entre 4% e 6% anualizado. 

Em multiativos, o Nordea 1 - Diversified Growth Fund destacado por Laura Donzella, responsável de Vendas para a Península Ibérica da Nordea AM, apresenta-se como uma solução multiativos de crescimento concebida para um mundo em constante mudança. Este fundo de retorno absoluto e net-long combina habilmente ativos agressivos e defensivos, procurando oferecer retornos reais positivos num contexto em que as correlações tradicionais estão a mudar. 

Adaptado a um novo cenário económico, o fundo centra-se em manter um estilo de crescimento, controlando simultaneamente a volatilidade. O seu objetivo é superar em +7% (bruto) a liquidez num ciclo completo. “É particularmente atrativo para investidores que querem uma rentabilidade semelhante à das ações, mas assumindo menos riscos”, explica. 

A Nordea, com mais de 20 anos de experiência em estratégias multiativos e uma equipa que gere 150.000 milhões de euros em património, aplica uma combinação de investimento quantitativo com overlay fundamental. “Esta abordagem posiciona o Diversified Growth Fund como uma opção sólida para enfrentar os desafios e oportunidades que se avizinham em 2025”, conclui.  

“Num contexto marcado pela incerteza e pela volatilidade, e em que a descorrelação entre as obrigações e as ações tem sido colocada em causa, a diversificação desempenha um papel mais importante do que nunca. E nem todos os investidores têm o tempo e recursos para se manterem a par de um conjunto de oportunidades de rápida evolução”, reconhece Leonardo Fernández, diretor-geral para a Península Ibérica da Schroders. E é aqui que os fundos multiativos geridos ativamente ganham importância. É por isso que a sua proposta para 2025 é o Schroder ISF Global Multi Asset Balanced. 

O Schroder ISF Global Multi-Asset Balanced é um fundo multiativo flexível e dinâmico, que procura captar as oportunidades de valor relativo, não só entre classes de ativos, mas também entre indústria e setores dentro das ações e das obrigações. Inclui, de forma estrutural, classes de ativos alternativas como as matérias-primas, mas sempre através de estratégias líquidas e não complexas.

Além disso, tem uma marcada disciplina de venda para garantir a proteção do capital, o que é particularmente interessante num contexto de mudança como o atual e oferece a possibilidade de obter atrativos retornos ajustados ao risco.

Para 2025, Jaime Raga, senior CRM para a Península Ibérica da UBS AM, espera que a situação económica na China beneficie das medidas que o governo chinês está a executar. “Na UBS AM temos uma abordagem positiva a esta estratégia, devido ao extraordinário potencial de crescimento e diversificação que o dinâmico mercado chinês oferece”, afirma. 

Neste contexto, o UBS (Lux) Key Selection SICAV - China Allocation Opportunity (USD) que destaca para 2025, oferece uma combinação equilibrada de obrigações e ações do gigante asiático. Esta estratégia posiciona-se para captar o robusto crescimento a longo prazo das ações chinesas, ao mesmo tempo que oferece estabilidade e solidez com as obrigações. “Esta proposta alinha-se com as oportunidades emergentes e de diversificação global, apresentando aos investidores uma via estratégica para capitalizar o potencial atrativo da China no panorama atual”, afirma.