"Os mercados emergentes vão crescer em 2014”

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Nuno Coimbra

O grande especialista da Franklin Templeton Investments para os mercados emergentes, Mark Mobius, esteve mais uma vez em Portugal a revelar as suas ideias para o mercado que melhor conhece e sobre o qual lançou o primeiro grande fundo deste segmento, ainda na década de oitenta.

Com a sala cheia, Mark Mobius destacou o facto dos “mercados emergentes terem estado sempre acima dos mercados desenvolvidos em termos de crescimento, exceto em 2008, 2011 e no ano passado”.

“Os fundos de ações dos mercados emergentes têm apresentado um grande fluxo. Desde 1999 que o seu aumento se cifra em cerca de 3000%”, continuou o especialista. “Os indicadores P/E, EPS e P/BV, para os próximos doze meses, são melhores nos mercados emergentes do que nos desenvolvidos”, justifica deste modo Mark Mobius, o facto de esperar que os emergentes apresentem crescimento em 2014. Os fundamentais destes mercados têm vindo a crescer de forma muito rápida”, indica o especialista. “O rendimento per capita está a evoluir a um ritmo muito acelerado. Quando viajo a um desses países, visito centros comerciais e noto que estão sempre cheios de gente”, lembra.

Crescimento do sector tecnológico

O guru realça também que o sector tecnológico é dos que mais tem crescido nos países emergentes. “A venda de smart phones aumentou drasticamente”. A vitória eleitoral na Índia de Narendra Modi, que o profissional apelidou de “grande evento”, já que é a primeira vez que alguém da oposição toma o controlo do governo, acontece justificada também pela revolução tecnológica, diz Mark Mobius.

As mudanças na China

O grande motor dos emergentes continua a ser a China. Mobius destacou alguns pontos que podem mudar de forma inequívoca o futuro do grande “dragão asiático”, e que foram discutidos no último congresso do Partido Comunista Chinês. Decisões como a “desregulamentação, uma maior abertura do mercado ou desenvolvimento do mercado de obrigações” podem ajudar o mercado a crescer. Também a realização de algumas reformas ao nível do “sistema fiscal, da segurança social, do preços nas matérias-primas, nos terrenos e na casas e ainda no desenvolvimento empresarial” poderão ser essenciais para o país, tal como a alteração da política de apenas um filho.

África será a nova Ásia

Sobre África, Mark Mobius acredita que a região “será a nova Ásia”. O especialista põe a tónica no crescimento, também por causa da “China estar a investir bastante em África, tal como em outros países asiáticos”. Para o gestor “os africanos têm bons skills no trabalho, e vêm para a Europa em busca de trabalho ainda mais qualificado de forma a poderem ter posteriormente maior poder económico”, finalizando, reiterando que “o continente africano vai funcionar no futuro”.