Os ODS preferidos dos gestores nacionais: consumo e produção responsáveis e ação climática lideram

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) representam um plano de ação para pessoas, planeta e prosperidade estabelecido na Agenda 2030, pelas Nações Unidas. Incidem em campos como a erradicação da pobreza, a proteção ambiental, educação ou igualdade de género. Integrar os ODS na gestão de fundos de investimento requer um compromisso organizacional com a sustentabilidade, além de uma abordagem estratégica que alinhe os objetivos de negócio com os princípios do desenvolvimento sustentável.

Em Portugal, há fundos que incorporam explicitamente ODS na sua filosofia de investimento. Outros, ainda que de forma menos visível, atingem um envolvimento bastante expressivo. Neste artigo, o foco é o envolvimento geral dos fundos nacionais e por categoria, destacando ainda os que apresentam maior percentagem de envolvimento.

O ODS 12, consumo e produção responsáveis, é o objetivo com o valor mais elevado. Os fundos nacionais apresentam um envolvimento, em média, de 25,02% com esse objetivo. O envolvimento neste objetivo passará, por exemplo, pelo investimento em empresas que implementem práticas que minimizem o desperdício e promovam a reciclagem e reutilização de materiais.

O segundo objetivo mais popular é o número 13, ação contra a mudança global do clima, com uma média de 22,98%. O envolvimento neste objetivo traduz-se no investimento em empresas que integrem estratégias de mitigação e adaptação às mudanças climáticas que reduzam a pegada de carbono, como as energias renováveis, por exemplo.

A fechar o pódio com uma média de 20,33%, surge o ODS 11, cidades e comunidades sustentáveis. Por aqui passa, por exemplo, o investimento em infraestruturas verdes, transportes sustentáveis, habitação acessível e outras tecnologias que melhorem a qualidade da vida urbana.

O ODS 4, 2 e 14 que representam educação de qualidade, fome zero e agricultura sustentável e vida na água, respetivamente, apresentam as médias de envolvimento mais baixas.

Envolvimento médio (%) - Universo de fundos de gestão nacional elegível

Consumo e produção responsáveis

Se olharmos para o panorama geral de outra perspetiva, ou seja, por categoria, os fundos de ações são os que apresentam médias de envolvimento mais elevadas. Nesta categoria, com uma média de 30,24% é o ODS número 12, consumo e produção responsáveis, que mais sobressai.

Já o ODS 13 é aquele que recolhe maiores preferências nos fundos de rendimento fixo. O objetivo de ação contra a mudança global do clima atinge uma média de envolvimento por parte dos fundos nacionais desta categoria, na ordem dos 24%.

Nos fundos multiativos, também é o ODS 12 o que apresenta a média de envolvimento mais elevada, com 24,04%.

Destaque para o ODS 4, educação de qualidade, por ser aquele que se revela como o menos preferido, em média, nas várias categorias.

Envolvimento médio dos fundos de gestão nacional por categoria (%)

Ação Contra a Mudança Global do Clima

Se forcarmos em máximos de envolvimento por categoria, o ODS 13, ação contra a mudança global do clima, destaca-se em duas das três categorias. Nos fundos de ações, por exemplo, o fundo mais envolvido num Objetivo de Desenvolvimento Sustentável é o Montepio Euro Utilities, da Montepio GA e esse objetivo é, precisamente, o ODS 13. Este fundo do setor energético, apresenta um envolvimento de 87,15% neste campo.

Já na componente obrigacionista, é o IMGA Iberia Fixed Income ESG, da IMGA, o fundo com um maior envolvimento. Neste caso, o visado é o ODS 9, indústria, inovação e infraestrutura, com 61,41% de envolvimento.

Nos multiativos, a percentagem não vai além dos 48,42%. É o Optimize Portugal Golden Opportunities Fund, da Optimize IP, um fundo de alocação moderada, que atinge o máximo de envolvimento destes produtos. Também aqui, o ODS 13 é o destacado.

ODS e fundo de gestão nacional com o máximo de envolvimento por categoria (%)