A UBS publicou o UBS Global Real Estate Bubble Index 2024, que inclui a evolução dos preços das casas ajustados pela inflação em 25 cidades em todo o mundo.
Os riscos de bolhas imobiliárias diminuíram pelo segundo ano consecutivo, segundo o UBS Global Real Estate Bubble Index 2024. Os preços das casas ajustados pela inflação nas 25 cidades analisadas pelo banco estão, em média, 15% abaixo dos níveis registados em meados de 2022, quando as taxas de juro começaram a subir globalmente. Na ponta do risco extremo, Miami destaca-se como a cidade com maior probabilidade de experienciar uma bolha, enquanto São Paulo está posicionada com o menor risco. Na Europa, após novas quedas na pontuação do índice, Londres, Paris, Estocolmo e Milão também se enquadram na categoria de baixo risco.
Claudio Saputelli, responsável da divisão Imobiliária da UBS Global Wealth Management, explica que “as cidades que registaram maiores correções de preços são as que apresentaram um risco elevado de uma bolha imobiliária em anos anteriores”. Atualmente, os preços reais em Frankfurt, Munique, Estocolmo, Hong Kong e Paris estão pelo menos 20% abaixo dos máximos alcançados após a pandemia. Cidades como Vancouver, Toronto e Amesterdão também registaram quedas significativas, oscilando em torno de 10% em termos reais.
Globalmente, o último ano foi marcado por um crescimento moderado dos preços da habitação, embora se observem correções significativas em Paris e Hong Kong. Em contraste, nos locais mais procurados como Dubai e Miami, os preços das casas continuaram a subir. Além disso, de acordo com o banco suíço, em algumas cidades com elevado défice habitacional, como Vancouver, Sydney ou Madrid, os preços reais aumentaram mais de 5% em comparação com o ano anterior.
Perspetiva europeia
O recente corte das taxas de juro do Banco Central Europeu e as previsões de novos cortes, sugerem um possível relançamento da procura de compra de casa na Europa. Um exemplo claro desta tendência é o mercado imobiliário de Londres, que registou uma queda de valor de 25% em relação ao seu máximo histórico em 2016. No entanto, espera-se que os cortes nas taxas de juro por parte do Banco de Inglaterra possam revigorar a procura, especialmente num contexto em que as rendas também estão a aumentar.
Em Madrid, o elevado nível de formação de agregados familiares e o crescente interesse no investimento intensificaram a escassez de habitação. Neste contexto, as rendas reais dispararam 15% nos últimos quatro trimestres. Além disso, os preços reais da habitação aumentaram 5% entre meados de 2023 e meados de 2024, apesar das condições de financiamento desfavoráveis.
Na Escandinávia, Estocolmo viu uma queda notável de 30% nos preços entre 2009 e 2021, como resultado do aumento das taxas de juro e da fraqueza económica. No entanto, tal como em Londres, é provável que a procura volte a aumentar à medida que a acessibilidade melhora. Por seu lado, Varsóvia manteve um crescimento robusto, com um aumento de 30% nos preços entre 2012 e 2022, embora, neste caso, os especialistas antecipem um abrandamento na dinâmica dos preços devido a mudanças no mercado.
No caso da Alemanha, cidades como Frankfurt e Munique enfrentaram quedas de 20% nos preços devido aos riscos de bolha imobiliária, embora se espere que os cortes nas taxas de juro e a oferta ajustada impulsionem uma recuperação. Enquanto isso, Paris está numa situação mais fraca, com uma queda de 10% nos preços corrigidos pela inflação, tornando-se o mercado mais afetado entre os analisados.