Pacific AM chega à Península Ibérica pela mão da Campion Capital

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Matthew Lamb. Créditos: Cedida (Pacific AM)

“O setor dos fundos de investimento industrializou-se. Tudo se tornou demasiado homogéneo”, afirma Matthew Lamb. Na opinião do CEO da Pacific AM, não é mais do que um reflexo de uma tendência geral da sociedade. A industrialização de tudo o que se consome e faz: alimentos, bebidas, roupa. “O negócio dos fundos também se focou em oferecer essa padronização em troca de comissões baixas”, salienta. É um modelo de negócio que tem os seus benefícios, reconhece, mas, na sua opinião, a gestão ativa, em particular, deveria ser um negócio mais artesanal do que industrial.

E é precisamente isso que a Pacific AM procura trazer para o mercado. A gestora britânica acaba de chegar ao mercado ibérico graças a um acordo de distribuição com a Campion Capital. A sua oferta de fundos é reflexo dessa filosofia artesanal. “A nossa gama de fundos é constituída por estratégias que consideramos difíceis de industrializar. Demasiado diferenciadas para se converterem em ETF. O tipo de ideias que acreditamos que podem ser as vencedoras da próxima década”, afirma Lamb.

A aposta em gestores estrela

Ao contrário do que se está a tornar tendência na indústria, a gestora aposta explicitamente no talento, com a contratação de equipas de gestores estrela para as suas respetivas áreas. “Não tenho receio em reconhecê-lo. Se uma das nossas equipas sair, o meu conselho para o cliente seria levar o seu dinheiro com ele”, afirma Lamb. Mais do que uma plataforma, o CEO da PAM prefere definir o seu modelo de negócio como uma casa. “E, como tal, a minha função como CEO é criar uma casa tão confortável da qual as equipas de gestão não queiram sair”, explica. 

Por esse motivo, não existe a figura de diretor de Investimentos na gestora. E a sua gama de fundos crescerá através do capital humano. “Acredito que uma equipa gestora não deve estar encarregue de várias estratégias”, defende Lamb.

A proposta da Pacific AM para a Península Ibérica

Na sua primeira incursão no mercado ibérico, a Pacific AM chega com três ideias diferentes em formato UCITS: o Pacific North of South – Global Emerging Markets Value, o Pacific G10 Macro Rates – Global Macro UCITS e o Pacific Longevity and Social Change – Temático focado na longevidade.

Criado em 2017, o Pacific North of South – Global Emerging Markets Value é uma visão global dos mercados emergentes. A estratégia é gerida por Matt Linsey e Kamil Dimmich, dois reconhecidos gestores no segmento de emergentes, com mais de 30 anos de experiência a investir nesse segmento e antigos sub-assessores do GAM Star North of South, criado em 2004. O fundo aplica uma filosofia value (procuram empresas com ROIC elevados, geração de fluxo de caixa livre e elevadas margens) e all-cap. Um elemento diferenciador é o seu modelo interno de custo de capital aplicado a diferentes países.

O Pacific G10 Macro Rates é um alternativo líquido global macro (UCITS) que investe em dívida soberana, derivados de taxas de juro e divisas de países do G10. A equipa gestora, anteriormente da abrdn, tem vindo a implementar a filosofia da estratégia desde 2006. Aplicam a análise e modelos próprios para identificar e explorar ineficiências de preços. A carteira é composta por posições de valor relativo (cerca de 20-30 nomes) e procura oferecer retornos positivos em qualquer contexto de mercado, oferecendo descorrelação às obrigações e às ações.

O Pacific Longevity and Social Change é um temático centrado na mudança social e no envelhecimento da população. O fundo procura empresas com perspetivas de crescimento, focando-se na temática social e com sólidos modelos de negócio que já forma comprovados. À frente do fundo está uma experiente equipa gestora (conta com o antigo gestor do AXA Framlington Health Fund e do AXA WF Framlington Longevity Economy), com elevados conhecimentos sobre a indústria farmacêutica e a transição demográfica.