Em junho, os Exchange Traded Funds mais negociados nas plataformas voltaram a ter um grande foco nas commodities, com o “tema” Brexit a dar um novo impulso à lista de mais negociados.
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No BiG, a lista de ETFs mais negociados no mês de junho denunciou que “os períodos de maior incerteza no mercado e onde se registam maiores níveis de volatilidade têm favorecido a negociação de ETFs face a outros produtos”. É o que refere Isabel Soares, gestora de produto da entidade, num panorama do mês. A profissional explica que “com a temática do Brexit a dominar todas as atenções, a segunda parte do período foi marcada pelo sell off em sequência do desfecho do referendo”. Alguns clientes “reduziram a sua exposição ao mercado”, enquanto outros “optaram por tentar tirar partido dos movimentos de maior amplitude através de posicionamentos estratégicos de muito-curto prazo”. No que toca aos aumentos de procura, do BiG indicam que se verificou um “incremento na procura de ETFs Short (que permitem beneficiar de movimentos de desvalorização no mercado)”. Mas em termos de volumes globais negociados, “estes produtos continuam a não ter uma expressividade muito considerável”. Os ETFs com exposição ao mercado acionista também se mantêm no radar de procura. Isabel Soares explica que “produtos com subjacentes como EuroStoxx50 ou DAX voltaram a registar volumes de negociação consideráveis”, embora tenha sido evidente no período uma “lógica de posicionamento mais oportunística e de curto prazo”. Contudo, enquanto alguns investidores encerravam as suas posições, “evidenciaram-se alguns inflows que poderão estar associados a reposicionamentos em mercado a níveis de entrada substancialmente mais baixos”. Comparativamente com outros períodos, na instituição assistiu-se ainda a “um aumento nos volumes negociados em ETFs com enfoque no segmento de rendimento fixo”. Registaram ainda inflows interessantes soluções com exposição a dívida emergente (por exemplo iShares EUR High Yield Corp Bond UCITS) ou dívida corporativa que incorpore cobertura de risco de taxa de juro (por exemplo iShares EUR Corp Bond Interest Rate Hdg).
No caso do Banco Best, o mês de junho supôs uma mudança. Segundo o que reporta Carlos Almeida, diretor de investimentos da entidade, “a liderança dos ETF mais negociados foi do ETF iShares Euro Government Bond 15-30yr que visa investir em títulos de rendimento fixo, tais como obrigações, que compõem um índice que mede o desempenho das obrigações emitidas pelos Estados membros da União Económica e Monetária (UEM), incluindo a Alemanha, a Itália, a França, os Países Baixos e a Espanha”. O que em outros meses foi o líder de negociação – o iShares EURO STOXX 50 UCITS ETF (Dist) – figurou no mês de junho em segundo lugar. “Apesar de dispensar apresentações, relembramos que este ETF investe nas 50 maiores empresas da zona euro e tem a componente de distribuição de rendimentos”, salienta Carlos Almeida. No terceiro posto é a vez de aparecer o ETF iShares MSCI Japan EUR Hedged UCITS ETF EUR “que representa o mercado japonês e que permite o investimento a 100% no mercado japonês sem risco cambial”. Segue-se “o ETF VanEck Vectors Gold Miners cujo investimento pretende replicar a performance do índice NYSE Arca Gold Miners que normalmente investe 80% em produtos relacionados com a exploração de ouro”. A fechar, continuou um habitué: o ETF iShares Core MSCI World UCITS ETF EUR que “oferece a possibilidade de investimento direto numa grande diversidade de empresas dos países mais desenvolvidos do mundo”.
No caso do ActivoBank, João Graça, relata que no mês “o posicionamento em ETFs voltou a demonstrar uma tendência para aproveitar as oscilações das empresas de extração de ouro, que beneficiaram da oscilação de preços da matéria-prima e da manutenção dos preços baixos do combustível”. O profissional indica que foi igualmente evidente “a postura adotada para beneficiar de um “rebound” do setor financeiro após as pesadas perdas logo após o referendo de permanência do Reino Unido na União Europeia”. De regresso esteve o ETF sobre o VIX ao top de negociação. Em termos geográficos, “os mercados emergentes, continuam a figurar no top 10 de negociação, assim como, a Alemanha”. Genericamente, os investidores no ActivoBank utilizam os ETFs como investimentos de curto prazo.