Pessimismo extremo entre gestores sem sinais de capitulação

Créditos: Raúl Nájera (Unsplash)

O pessimismo está estabelecido entre os gestores. O mais recente Fund Manager Survey da BofA pinta uma posição extremamente bearish (negativa) entre os profissionais. Os níveis de liquidez estão no valor mais alto desde 11 de setembro e vemos a maior subponderação em ações desde maio de 2020. E o pior? Que ainda não houve sinais de capitulação. Porque os gestores ainda esperam subidas de taxas, não cortes, e as valuations ainda não atingiram mínimos.

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Neste momento, os gestores não estão a perseguir oportunidades de forma generalizada. De facto, o posicionamento do Fund Manager Survey de maio mostra-nos carteiras na defensiva. Por exemplo, vê-se uma grande mudança da posição de sobreponderação na tecnologia, uma constante dos últimos 14 anos. Agora, os investidores tornaram-se extremamente bearish com o setor. A alocação a tecnologia caiu 23 pontos face ao mês anterior para uma subponderação líquida de 12%. É o menor peso líquido em tecnologia desde agosto de 2006.

Mudam também as previsões dos gestores para os bancos centrais. Agora, esperam-se 7,9 aumentos de taxas por parte da Fed neste ciclo de ajustes. E é por isso que o indicador da BofA não mostra sinais de uma capitulação nesta correção.

Os investidores mantêm posições longas em liquidez, saúde, matérias-primas e energia, evitando simultaneamente as obrigações, o consumo discricionário, a UE e os mercados emergentes. E no inquérito de maio, os gestores tornaram-se ainda mais defensivos (ou seja, produtos básicos, cash, cuidados de saúde) e, ao mesmo tempo, reduziram a exposição à tecnologia, aos EUA, às ações e aos mercados emergentes.

Em comparação com o histórico, adotaram posições longas em liquidez, matérias-primas e saúde, ao mesmo tempo que estão muito subponderados em tecnologia, ações da zona euro e dos mercados emergentes.