Pictet Multi Asset Global Opportunities: Gerir prémios de risco

Andrea Delitala. Fonte: FundsPeople
Andrea Delitala. Fonte: FundsPeople

O Pictet Multi Asset Global Opportunities (MAGO) é um fundo multiativos conservador, focado no controlo da volatilidade e preservação de capital. Segue várias estratégias taticamente, com base em análises fundamentais e macroeconómicas. Pode investir globalmente numa ampla gama de ativos e instrumentos, com um orçamento de volatilidade máximo de 5% e uma meta de retorno do índice monetário Eonia Euros + 3%. “Denominado em euros, pode ser uma opção para a parte conservadora dos investidores que pretendem rentabilidades razoáveis ​​com proteção ativo contra a volatilidade, como complemento da atribuição em rendimento fixo”, afirma Andrea Delitala, gestor desta estratégia na Pictet AM.

Conforme explica, tenta aproximar o mix de risco / retorno que os títulos oferecem, sem esticar o perfil. “Replicamos a relação retorno / risco equilibrada (índice de Sharpe em torno de um) que prevalecia em fixed income (equivalente a 20-30% nas ações). Para fazer isso, combinamos prémios de risco e hedges, dependendo da volatilidade e dos regimes de correlação. De fato, é possível pensar nesta estratégia como um conjunto de prémios de risco (obrigações, ações, alternativos), administrados dinamicamente para proteger o capital ”. 

80% da rentabilidade resultante é obtida por meio de posições resultantes da análise macroeconómica. “Procuramos ver o que o mercado desconta, desafiando o consenso na hora de selecionar empresas, setores ou temas onde detetamos valor. Normalmente temos 30% de peso em ações e 70% em dívida europeias, com flexibilidade na composição. Cada posição é escolhida para proporcionar rentabilidade ou para proteger / estabilizar a carteira, o que inclui a utilização de instrumentos de cobertura a preços atrativos”, revela.

POSICIONAMENTO ATUAL

A exposição a componentes de capital manteve-se em cerca de 28% nestes meses. Passou a ter opções de compra sobre os índices S&P 500 e Eurostoxx, para aproveitar as correções. Em fixed income, tem vindo. a realizar variações graduais na dívida de governos, tanto no que diz respeito à exposição direcional quanto regional. No que se refere à dívida soberana da área do euro, a Delitala chegou a cobrir posições curtas em títulos alemães em tempos de liquidação. Na recuperação dos títulos do Tesouro dos EUA, retomou as posições curtas (put spread) com vencimento em setembro, aumentando assim a subponderação na dívida dos EUA.

PRINCIPAIS MUDANÇAS NO PORTFÓLIO NOS ÚLTIMOS TEMPOS

Mais de uma década após o início da Grande Recessão de 2008, as taxas de juros e os ativos monetários monitorados pelos principais bancos centrais ainda estavam longe da normalidade e a inflação baixa parecia persistente. Os investidores, principalmente os conservadores, neste ambiente de taxas de juros negativas ou ultrabaixas, tiveram que se acostumar com retornos zero ou maior volatilidade através de maior exposição a ativos de risco, na esperança de obter um retorno real positivo no médio prazo. 

“Assim, limitamos a exposição a fixed income e mantivemos a sensibilidade às variações das taxas de juros, por meio de dívidas linkadas à inflação dos EUA e de mercados emergentes, em moedas locais e dólares”, afirma.

Mais recentemente, a exposição a ações tem-se aproximado do seu objetivo estratégico de longo prazo, embora através de opções tenha reduzido a exposição líquida na zona do euro para 7%, com o dobro da exposição nos Estados Unidos.  

Acrescentou ainda exposição cíclica através de materiais e empresas industriais, fabricantes de automóveis globais, energia limpa europeia e saúde americana. Em títulos, passou a ter posição estratégica na dívida do governo italiano, estimando que os spreads em relação ao título alemão deveriam apertar num ambiente de busca pela rentabilidade dos investidores.

VISÃO DE MERCADO

Em relação à visão de mercado do gestor, o cenário de referência da Delitala não mudou nos últimos meses. Antecipa um forte crescimento económico, liderado pelos EUA e picos de inflação que provavelmente serão extintos. “A questão chave é se haverá aumentos salariais e se o Federal Reserve estará disposto a tolerar uma inflação próxima de 3%. O fato é que a volatilidade pode manter-se”, prevê.