Nos dias em que a nova variante omicron começou a impactar os mercados, Rita Gonzalez, da Baluarte Wealth Advisors, e Nicolas Trindade, gestor do AXA WF Global Short Duration Bonds, conversaram sobre o investimento em obrigações e o seu papel no atual contexto macroeconómico.
De entre os diversos temas discutidos nesta conversa, Rita Gonzalez, partner de investimentos, na sociedade de consultoria para investimento Baluarte Wealth Advisors, alertou para o peso relevante que as obrigações têm em qualquer portefólio diversificado. Dado esse facto e como diz, “num contexto em que todos os mercados parecem estar bastante caros, tanto os de fixed income como os de ações”, muitos profissionais de investimentos argumentam que se pode encontrar mais valor no investimento em equity. Ao mesmo tempo, acrescenta que se verifica uma correlação positiva entre as duas classes de ativos. “Como poderemos ter um verdadeiro poder de diversificação para os portefólios?”, questiona.
Para Nicolas Trindade, gestor do AXA WF Global Short Duration Bonds da Axa Investment managers, o exemplo da Black Friday, o dia em que a variante omicron ascendeu ao topo das preocupações dos mercados, é ilustrativo do poder diversificador das obrigações. “Os mercados de fixed income mostraram que podemos beneficiar de diversificação se olharmos para os treasuries a 10 anos ou as gilts a 10 anos. Conseguimos ver os benefícios da diversificação porque num ambiente risk off temos as yields das obrigações de dívida pública a cair e o portefólio beneficia de uma apreciação do capital”, diz. Contudo, o profissional alerta para a diferença do universo de dívida pública na Europa face a outras geografias dados os níveis muito reduzidos das yields.
O tema do poder da diversificação é apenas um de muitos nesta conversa em que os dois profissionais de investimentos dissecam esta classe de ativos.
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